26/10/2021 às 12h56min - Atualizada em 26/10/2021 às 12h56min

Cerca de 80% dos focos de dengue estão em domicílios, diz secretário

Nesta terça-feira (26), foi iniciada a 3º fase do Método Wolbachia com a liberação dos mosquitos modificados no Parque dos Poderes

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Gabrielle Tavares, Naiara Camargo
Mosquitos foram soltos no Parque dos Poderes nesta manhã - Bruno Henrique/Correio do Estado

Em Campo Grande, cerca de 80% dos focos de dengue estão concentrados nas residências dos moradores, conforme alegou o secretário Municipal de Saúde (Sesau), José Mauro Filho.

Após dois anos consecutivos de epidemia de dengue, 2021 registrou queda nos casos. Enquanto em 2020 houve cerca de 20 mil registos, esse ano existem até agora 4 mil notificações. 

"É uma decrescente de casos, isso envolve vários fatores, a adesão da população, ações do município, o início do projeto da Wolbachia, mas nada substitui a cooperação da população", disse Mauro Filho.

Nesta terça-feira (26), foi iniciada a 3º fase do Método Wolbachia, projeto realizado em parceira entre prefeitura de Campo Grande, governo Estadual e Ministério da Saúde. Os mosquitos biologicamente modificados foram soltos no Parque dos Poderes nesta manhã.

A Wolbachia é uma bactéria presente em 60% dos insetos da natureza, mas que não estava no Aedes aegypti. Quando presente, ela impede que os vírus da Dengue, Zika, Chikungunya e febre amarela se desenvolvam dentro do mosquito.

Estima-se que foram soltos 20 milhões de wolbitos, como é chamado o mosquito, em mais de 30 bairros de Campo Grande, atingindo quase 200 mil pessoas.

A 3º fase vai durar até meados de fevereiro e março. Enquanto isso, será feito o engajamento do projeto com a população nos próximos bairros. 

"Nós temos quatro meses de engajamento anterior a qualquer liberação de mosquito. Nós conversamos com mais de 60 mil pessoas em campo dos 15 bairros e a nossa aceitação foi a maior até agora, com 93,66% de aprovação para o método, então a população sabe o que está acontecendo", disse o gestor de implementação do método, Antônio Brandão.

Toda a Capital deve receber os wolbitos até o final de 2023.



Redução de casos

Brandão enfatiza que ainda é muito cedo creditar a redução de casos da dengue ao Método Wolbachia, já uma pequena parcela dos 74 bairros de Campo Grande receberam os mosquitos modificados.

Contudo, a expectativa é de que, se surgir novas epidemias nos próximos anos, os bairros com os wolbitos presentes estejam mais protegidos contra a Dengue, Zika e Chikungunya.

O secretário Estadual Geraldo Resende também avaliou que a esperança é que os mosquitos tenham o mesmo comportamento que tivesse em outros países onde foi implantado.

"Estamos na terceira etapa e acredito que daqui para frente vamos marchar com muito mais velocidade para toda Campo Grande, e depois, temos desejo para levar isso para outros municípios do Estado".

 No Brasil, as ações iniciaram no Rio de Janeiro (RJ) e em Niterói (RJ), em uma área que abrange um milhão e 300 mil habitantes. 

Em Niterói, dados preliminares já apontam redução de até 77% dos casos de dengue e 60% de Chikungunya nas áreas que receberam os Aedes aegypti com Wolbachia, quando comparado com áreas que não receberam.


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