29/10/2021 às 16h51min - Atualizada em 29/10/2021 às 16h51min

Mesmo com mercado aquecido, construção civil mantém alerta por alta nos preços em MS

Consumidores podem não ter como absorver aumento no valor final de imóveis

Setor apresenta resultados positivos no mercado de trabalho há nove meses consecutivos - Foto: Agência Brasil

Apesar de apresentar bons resultados na geração de empregos, o setor da construção civil vê com preocupação o crescente aumento nas taxas de inflação, que podem encarecer imóveis em Mato Grosso do Sul e afastar o mercado consumidor, que enfrenta um enfraquecimento econômico. 

Os saldos positivos divulgados pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) para o setor da construção indicam o aquecimento da atividade produtiva, mas o alto preço dos materiais na produção, atrelado à alta dos juros, geram incertezas na categoria.

"Mercado se mantém otimista, entretanto em estado de alerta", definiu o presidente da Acomasul (Associação dos Construtores de Mato Grosso do Sul), Diego Canzi Dalastra. 

"A incerteza que temos para o futuro é se o mercado consumidor terá capacidade financeira para absorver todos estes aumentos. Então, como será a venda dos imóveis que estão sendo construídos agora? A população terá condições de pagar 30% a mais no mesmo imóvel que era mais barato há 6 meses?", explicou Dalastra ao Jornal Midiamax.

Números seguem aumentando

Os dados do Caged mostram que a construção civil está entre os setores que mais geraram novos empregos formais. Em 1º, estão os serviços (1.311 a mais), seguidos por comércio (895 a mais) e construção civil (642 a mais). Além disso, há nove meses consecutivos a categoria apresenta resultados positivos no mercado de trabalho, com destaque para a Construção de Edifícios e para os Serviços Especializados para a Construção.

No acumulado de janeiro a setembro de 2021, a construção civil acumula 3.791 novas vagas, que comparadas com o mesmo período de 2021 (743) apresentam aumento de 410%. Levando em conta o mercado formal e informal, o setor foi o segundo maior gerador de novas ocupações no trimestre março/maio de 2021 e ficou atrás somente do comércio.

Enquanto as vagas aumentavam junto com a atividade produtiva, as taxas cresciam paralelamente. O Copom (Comitê de Política Monetária)
aumentou a taxa Selic em 1,50 ponto percentual, passando para 7,75%. Desde março, o colegiado vem realizando sucessivas elevações na taxa, que iniciou o ano em 2%, mas já contabiliza uma alta de 5,75 pontos percentuais até outubro.

Além disso, o INCC (Índice Nacional de Custo de Construção) apresentou o mais alto resultado da história do plano real, com 30,24%. A taxa considera os últimos 12 meses, fechando sempre em setembro. Antes deste ano, o índice mais alto foi registrado em 2003 (22,21%). Confira a evolução:

 

Com isso, segundo Dalastra, os empresários da categoria começam a manifestar maior preocupação com o aumento dos juros. "Vale lembrar que quanto maior os juros, maior o impacto no consumo da população em geral e maior o impacto nas atividades produtivas, que geram emprego e renda para economia. Por isso, o aumento dos juros contribui para deprimir o nível de atividade do país", comentou com a reportagem.


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