10/11/2021 às 10h01min - Atualizada em 10/11/2021 às 10h01min

Cuidado com o inseto: aparição de piolhos-de-cobra é ainda mais comum em época de chuva

Animal não é peçonhento, mas biólogo explica que eles emitem toxina capaz de causar reações à pele

Mariane Chianezi

Com a época de chuva, os animais peçonhentos costumam ter a suas aparições mais propensas nos próximos meses. Além de escorpiões e aranhas, que deixam a população em alerta, outro bicho poderá ser recorrente nas residências de Mato Grosso do Sul: o piolho-de-cobra.

Apesar do caso registrado de uma jovem que ficou com o pé roxo e a unha amarela após ter contato com um piolho-de-cobra em sapato, o biólogo Dr. José Milton Longo explica que o bicho não é perigoso, mas os moradores precisam ter cuidado com as toxinas emitidas pelos piolhos-de-cobra.

“Na nossa região de cerrado, existem maiores espécies. Eles não têm nenhuma relação com cobras, só têm esse nome por causa da aparência serpentiforme. Algumas dessas diplópodes [nome da espécie] emitem toxinas que saem entre as patas e, em contato com a pele, podem causar alguma reação”, disse.

Como Mato Grosso do Sul está em época chuvosa, a aparição dos piolhos-de-cobra nas residências serão mais comuns. Como vivem em ambientes escuros e secos, os bichos procuram por locais semelhantes ao seu habitat. E dentro das casas é um bom lugar para eles procurarem a migração.

“Por estarem fugindo do solo encharcado, elas procuram locais mais quentes e escuros. A melhor forma de prevenir que apareçam em casa é bloqueando as frestas das portas e, consequentemente, evitar que os escorpiões entrem”, pontuou o biólogo.

A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) disse que em Campo Grande não há registros de situações similares, como a que aconteceu com a jovem no Rio de Janeiro, pois não se trata de acidentes com animais peçonhentos como é o caso de escorpiões e taturanas, ou que cause perigos à saúde humana.

Jovem com dedos roxos 

Ao colocar o tênis sem conferir o sapato por dentro, a comerciante Tassynara Cristina Oliveira Vargas, de 25 anos, levou um susto. Os dedos da jovem ficaram roxos e com aspecto de necrosados após entrarem em contato com um piolho-de-cobra, que estava dentro do sapato.

Na última sexta-feira (29), a mulher se assustou ao ver a situação dos dedos do pé quando chegou em casa e tirou os tênis. Dois deles estavam roxos e a unha do dedão ficou amarela após o contato com o animal — também conhecido como gongolo.

A comerciante do Rio de Janeiro disse que calçou o tênis para ir ao trabalho, durante a manhã. Ela caminhou cerca de 10 minutos até perceber algo estranho no tênis, já dentro da loja, retirou o sapato e viu o animal.

No entanto, Tassynara retirou o animal, matou e calçou novamente o tênis. Depois de trabalhar sem nenhuma dor durante o dia, notou as lesões quando estava em casa.

“Eu entrei em desespero total quando vi meu pé desse jeito, comecei a gritar e a pedir socorro. Comecei a lavar e nada dessa mancha sair”, detalhou. Ela foi para o hospital e na hora do susto nem lembrou que encontrou um piolho-de-cobra no calçado.

Assim, a jovem passou por três médicos para ter o diagnóstico. A terceira profissional soube lidar com o assunto pela experiência pessoal com jardins. Estes animais produzem e liberam secreção tóxica com agentes irritativos e pigmentantes.

O contato com a pele humana pode causar necrose superficial, conforme a Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais. A comerciante deve ficar com as manchas por até 15 dias e a unha pode cair.

“Não está doendo, apenas coçando e tem essa aparência desagradável”, afirmou Tassynara. A jovem fez um alerta nas redes sociais, para que todos confiram os sapatos fechados antes de calçar.


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