03/01/2022 às 12h46min - Atualizada em 03/01/2022 às 12h46min

Governador declara situação de emergência devido à seca em Mato Grosso do Sul

Situação tem causado prejuízo na cadeia produtiva do Estado, especialmente na safra de soja

Governador decretou situação de calamidade pública - Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

O governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), declarou situação de calamidade pública em Mato Grosso do Sul devido à seca que atinge o Estado e prejudica o setor produtivo.

O anúncio foi feito na manhã desta segunda-feira (3) e decreto ainda será publicado no Diário Oficial do Estado.

Para tentar reduzir os prejuízos, a Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja) e a Famasul, que monitoram a situação produtiva no Estado, pediram ajuda ao governo.

Com a decretação de calamidade pública, o governo irá auxiliar a direcionar recursos para reduzir as perdas, além dos produtores poderem acionar seguros, conseguir ampliação para o pagamento de dívidas junto a instituições financeiras e oportunidade de renegoaciações.

O decreto terá vigência a partir desta terça-feira (4), para todos os 79 municípios do Estado.

“Desde o mês de dezembro, estamos monitorando a questão da estiagem e seca prolongada em Mato Grosso do Sul. Estamos com volume de chuvas muito pequenas, que trazem grandes problemas em todo Estado, por isso decretamos a partir de amanhã a situação de emergência nos 79 municípios”, afirmou o governador.

No mês de dezembro, o clima foi afetado pelo fenômeno La Niña, que provocou estiagem no Estado, com volume de chuvas abaixo do esperado para o período.

A seca tem causado prejuízos ao agronegócio, principalmente em relação à safra de soja, mas também atinge demais áreas da cadeia produtora, segundo o presidente da Famasul, Marcelo Bertoni,.

"Esse decreto está atingindo não só o produtor de soja, não só o produtor de grãos, criador de suíno e frango, mas o pecuarista também, por falta de chuva hoje não tem o pasto para engordar o seu boi", disse.

No entanto, a maior preocupação é a soja, que teve o plantio concluído em 31 de dezembro em Mato Grosso do Sul.

Com a estiagem, a estimativa é de perdas na colheita da oleaginosa.

A área mais afetada é a região do Conesul, com relatos de produtores contratando caminhões pipas para reduzirem prejuízos.

Segundo o presidente do Conselho Administrativo da Aprosoja, André Dobashi, ainda não é possível estimar as perdas.

"A gente acredita que, sem o monitoramento localizado, a gente não pode ainda prever queda de produtividade, em função dessa etapa de enchimento de grãos, que é crucial na área da soja. Se tiverem normalidade nos volumes de chuva ainda pode ter a sua produtividade normalizada", disse.

Para os próximos meses, no entanto, a expectativa é de chuvas abaixo da média.

"O que a gente já percebe é que nos municípios de solos mais arenosos, onde os municípios fizeram a semeadura nesse quadro, a gente já tem a produtividade muito prejudicada porque a soja não conseguiu nem colocar vagem e isso faz com o que produtor tenha produtividade muito abaixo da expectativa, até mesmo produtividade zero em alguns municípios, que a gente já teve relatos", acrescentou.

Nesta semana, equipes irão a campo fazer aferições e levantamento in loco, para saber a real situação do enchimento de grãos e o impacto da seca na produtividade.

Além da situação de seca no mês, a escolha em estender o estado de emergência para todo o Estado, e não apenas a área produtiva, tem relação também com as secas da região do Pantanal.


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