03/05/2022 às 11h46min - Atualizada em 03/05/2022 às 11h46min

Em quase um mês, MS vacina 9,6% do público contra sarampo

Segundo o Ministério da Saúde, 14 pessoas foram infectadas pelo sarampo no primeiro trimestre deste ano, sendo 12 no Amapá e duas em São Paulo

MARIANA MOREIRA
Correiodoestado
A vacina tríplice viral ofertada pelo SUS protege contra a caxumba, o sarampo e a rubéola - Gerson Oliveira

De País livre do vírus a polo de novos surtos, o sarampo voltou a preocupar as autoridades de saúde. 

Em Mato Grosso do Sul, em quase um mês de campanha contra a doença, 9,6% do público-alvo de seis meses a 5 anos de idade foram imunizados, o equivalente a 25,4 mil das 263,4 mil crianças aptas à vacinação.  

A baixa procura pela vacina tríplice viral, que também protege contra a caxumba e a rubéola, é evidente nas unidades de saúde. 

Ontem, a reportagem do Correio do Estado esteve por duas horas na Unidade Básica de Saúde (UBS) 26 de Agosto, em Campo Grande. Neste período, apenas uma criança, de três anos, foi levada pela família para ser vacinada.  

De acordo com a superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), Veruska Lahdo, a nova campanha de vacinação feita pelo Ministério da Saúde, desde o dia 4 de abril, tem como objetivo barrar a reintrodução da doença no País.  

“Em Campo Grande, a cobertura contra o sarampo é bem satisfatória. Porém, com o risco da reintrodução da doença, como vem acontecendo em alguns estados, independentemente de a carteira vacinal estar em dia, os pais ou responsáveis precisam levar as crianças para [tomar] a dose de reforço”, salientou Lahdo.

A coordenadora estadual de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Ana Paula Rezende de Oliveira Goldfinger, reiterou a importância de as crianças comparecerem às unidades de saúde para a imunização.

“Nós vamos continuar com esta vacinação e pedimos aos pais ou responsáveis que levem os seus filhos para se vacinarem em uma unidade de saúde ou local indicado pelo seu município. Não fique sem vacinar as crianças”, ressaltou. 

CASOS

Segundo o Ministério da Saúde, 14 pessoas foram infectadas pelo sarampo em todo o Brasil no primeiro trimestre deste ano, sendo 12 no Amapá e duas em São Paulo. 

Para a campanha deste ano, a Pasta já enviou a Mato Grosso do Sul 120 mil doses da tríplice viral, que também protege contra a caxumba e a rubéola.  

A Organização Panamericana de Saúde conferiu ao Brasil o certificado de que o vírus foi eliminado do País em 2016. No entanto, essa conquista durou apenas dois anos.  

Em 2018, o Brasil contabilizou um novo surto da doença, com pelo menos 9,3 mil pessoas infectadas. Em 2021, Mato Grosso do Sul registrou oito casos suspeitos de sarampo, mas todos foram descartados.  

Na Capital, entre 2017 e 2018, não houve confirmações da doença. No ano de 2019, o município contou com 32 casos notificados de sarampo, sendo um (3,1%) caso confirmado por critério laboratorial, uma criança de 10 meses, sem registro de vacinação para sarampo e com histórico de viagem para o estado de São Paulo.

Em 2020, foram notificados e investigados 20 casos suspeitos de sarampo, nove (45%) confirmados por critério laboratorial, entre a faixa etária de 9 meses e 53 anos. No ano passado, a Capital registrou queda no número de notificações de sarampo, com apenas sete suspeitas, todas descartadas.  

VACINA

A vacina contra o sarampo está inserida no calendário de rotina e disponível durante todo o ano. A última campanha do Ministério da Saúde havia sido realizada em 2018. Na ocasião, foram vacinadas na Capital 44.561 crianças de 6 meses a 5 anos, o que representa 93,67% do público estimado, de cerca de 40 mil crianças, nesta faixa etária.  

PENALIDADE

O artigo 14, § 1º, do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) estabelece a obrigatoriedade da vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias. Por esta razão, é um dever dos pais e responsáveis legais levarem suas crianças até as unidades de saúde para que o esquema vacinal fique em dia.  

Em casos de descumprimento do que o ECA preconiza, o Ministério Público Estadual, em conjunto com as secretarias de Saúde e de Educação e o Conselho Tutelar, poderá intervir para que o bem-estar da criança seja assegurado. 


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