24/05/2022 às 11h33min - Atualizada em 24/05/2022 às 11h33min

Simone ganha força após saída de Doria; MDB local mantém foco em Puccinelli

Com a renúncia de João Doria (PSDB), senadora tem grandes chances de emplacar candidatura à Presidência da República

CELSO BEJARANO

Ainda que mais perto de se consolidar como candidata à Presidência da República, a senadora Simone Tebet (MDB) não é, pelo menos por enquanto, o holofote dos emedebistas de Mato Grosso do Sul, terra natal da presidenciável. 

Para o presidente do partido em Campo Grande, Ulisses Rocha, o foco hoje é a eleição do ex-governador André Puccinelli (MDB).

A quase estabilização da pré-candidatura de Simone deu-se ontem (23), com a renúncia do ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB), que também queria concorrer à Presidência.

Na prática, Simone e Doria eram rivais pela cabeça de chapa da chamada terceira via, criada a partir da união do MDB, PSDB e Cidadania, de onde sairia um nome de consenso para concorrer à sucessão de Jair Bolsonaro (PL).

Simone avisara antes que só concordaria em disputar as eleições se fosse candidata à Presidência, mesmo desejo de Doria. 

Até o PSDB, legenda do ex-governador de SP, o pressionou para abandonar a ideia e concordar com Simone na cabeça. Deu no que deu: Doria resolveu se afastar da briga, deixando o caminho livre para a senadora de MS.

Ulisses Rocha, líder do MDB municipal, disse que ainda nesta semana o partido deverá se reunir com Simone para discutir os rumos das eleições daqui em diante. “Na verdade, agora”, disse o presidente da sigla, “o empenho é na eleição do ex-governador André Puccinelli [que, se confirmada a candidatura, concorre ao mandato pela terceira vez], que governou MS de 2007 a 2014”.  

Para Rocha, acordos nacionais, ou pactos partidários, no caso, podem não fortalecer candidaturas regionais.  

“É ele [André] quem aparece como líder em pesquisas levantadas até por partidos adversários”, afirmou Rocha, reforçando a ideia de priorizar a concorrência pelo governo estadual, e não o federal.

Mesmo Doria saindo do páreo, MDB, PSDB e Cidadania devem caminhar juntos na disputa pelo Planalto. O PSDB nacional anunciou ainda ontem que se reunirá no dia 2 de junho para acertar o pacto com os dois partidos ou se lançará outro candidato.

A ideia é que os três partidos indiquem apenas um nome. Na semana passada, o trio partidário já havia anunciado a preferência por Simone.

SENADO

Ulisses Rocha disse acreditar que os acordos nacionais não devem influenciar nas disputas regionais. Aqui em MS, MDB e PSDB vão se enfrentar nas urnas. Até aqui, os emedebistas com Puccinelli, e o PSDB com Eduardo Riedel.

Até a semana passada, o discurso dos emedebistas quando o assunto era quem concorreria ao Senado pelo partido não seguia. Líderes da sigla aguardavam definições acerca da pré-candidatura de Simone.

O mandato da senadora expira em janeiro do ano que vem. Ela poderia brigar pela reeleição, mas já disse que não fará isso.

Rocha disse que o MDB tem pelo menos dois nomes que poderiam ser opções para concorrer ao Senado: Waldeli dos Santos Rosa, ex-prefeito de Costa Rica, e o ex-deputado federal Carlos Marun.

Sob o argumento de que “sozinho ninguém vai a lugar nenhum”, o dirigente municipal do MDB afirmou que seu partido tem conversado com outras legendas que podem entrar em uma eventual parceria política indicando nomes para o Senado e também um nome para compor como vice de André Puccinelli.

O Correio do Estado tentou falar com o presidente regional do MDB, Junior Mochi, e o com deputado estadual Marcio Fernandes, forte expressão na legenda, contudo, nenhum dos dois retornou as ligações até o fechamento desta edição.

 

A RENÚNCIA

O ex-governador João Doria disse não ser mais pré-candidato à Presidência na manhã de ontem, em São Paulo. “Entendo que não sou o candidato da cúpula do PSDB, e aceito. Sempre busquei e continuarei buscando o consenso, ainda que ele seja contrário a mim, saio de coração ferido e de alma leve”, disse o ex-governador. Bruno Araújo, presidente nacional do PSDB estava ao seu lado.

Simone Tebet, em poucos minutos, por meio de sua assessoria de imprensa, assim comentou a renúncia do tucano: “Doria nunca foi adversário. Sempre foi aliado. Sua contribuição com a luta pela vacina jamais será esquecida”.

“Vamos conversar e receber suas sugestões para nosso programa de governo. O Brasil é maior do que qualquer projeto individual. Vamos trabalhar para unir todo o centro democrático. Gostaria muito de ter o PSDB e o Cidadania junto conosco. Vamos aguardar a decisão das direções partidárias. Vamos continuar nossa caminhada da esperança”, afirmou a senadora de MS.


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