07/03/2023 às 09h15min - Atualizada em 07/03/2023 às 09h15min

Com etapa em Campo Grande, clínico critica aplicação de prova que valida diploma de médico no Brasil

Exame permite que acadêmicos de medicina que concluíram o curso no exterior, exerçam profissão no país

ALISON SILVA
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Clínico geral desde o fim de 2021, Darlon Lucas Soares dos Santos (26) criticou a formulação e a coerência das questões aplicadas no exame do Revalida no último domingo (5).

Formado em medicina em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, o jovem retornou ao país após oito anos, onde espera exercer a profissão, agora, próximo da família. 

Com etapas em Campo Grande e outras oito capitais do Brasil, a prova organizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), permite que acadêmicos de medicina que concluíram o curso no exterior, trabalhem aqui. 

“É um exame muito esperado por médicos formados no exterior. Método rápido e eficaz de conseguir a revalidação do diploma médico aqui no Brasil. A prova deste domingo tinha algumas pegadinhas, um pouco confusa, questões que induziam o médico ao erro”, disse ao Correio do Estado.

Além da capital sul-mato-grossense, a primeira etapa do exame foi aplicada em Brasília, Curitiba, Porto Alegre, Recife, Rio Branco, Salvador e São Paulo. Ao todo, foram 10.057 inscritos.

Para além da formulação da prova, Darlon Santos se queixou do formato de aplicação do exame. “Uma das piores partes do exame é o processo de realizar duas provas no mesmo dia. A prova da manhã é tranquila, 100 perguntas, mas mesmo com a confusão (das questões) você consegue fazer. O que mais prejudica o processo é a prova da tarde, onde o Revalidando tinha que responder e interpretar cinco questões de casos clínicos”, frisou o médico. 

Para ele, os principais fatores que podem incidir no desempenho do candidato na prova são o nervosismo e a ansiedade, além do pouco tempo entre as etapas.

“Dá um nervoso, você fica ansioso, a prova tinha muitos casos clínicos com referência para especialistas, o que foge do clínico geral. As críticas sobre o Revalida são justamente essas, processo que acaba com o aluno, com o acadêmico”, destacou Darlon Santos.

Apesar das críticas, o profissional se mostrou confiante no processo. “Estou esperando o resultado para saber como fui, com fé em Deus que vou conseguir”,  finalizou. Caso seja aprovado no processo, o profissional, natural de Rondônia esperava viver da profissão junto da esposa e da filha em Goiás ou aqui em Mato Grosso do Sul. 

Darlon Santos frisou que a escolha por Campo Grande foi por proximidade logística. Cerca de 1.070 km separam o local de formação do jovem e a capital sul-mato-grossense. Caso o jovem optasse por realizar a prova em São Paulo, a distância saltaria para 2.070 km.

Saiba - Com pouco mais de 8 mil inscrições na etapa de 2022/1, a primeira etapa do exame aprovou apenas 627 médicos em todo o país. Cabe destacar que só avançam para a segunda fase do processo quem for aprovado na etapa inicial. 

Exame

Para realizar o Revalida, o candidato deveria  apresentar via original do documento oficial de identificação com foto para acessar à sala de prova.

O exame aborda as cinco grandes áreas da medicina - clínica médica, cirurgia, ginecologia e obstetrícia, pediatria e medicina da família e comunidade  -.

O objetivo é avaliar as habilidades, as competências e os conhecimentos necessários para o exercício profissional adequado aos princípios e às necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS).


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