09/03/2023 às 07h58min - Atualizada em 09/03/2023 às 07h58min

MS toma medidas para proteger mercado de R$ 1,7 bilhão

Entre as ações preventivas contra a gripe aviária estão a suspensão de participação de aves em eventos e a restrição do trânsito destes animais; doença já chegou a vários países vizinhos

Mato Grosso do Sul tem uma produção significativa de aves, com aviários que abastecem frigoríficos exportadores - Divulgação

Em Mato Grosso do Sul, qualquer espécie de ave não poderá participar de eventos agropecuários por tempo indeterminado, como ação preventiva para manter o Brasil livre da gripe aviária. A medida protege um mercado que, no ano passado, exportou R$ 1,7 bilhão em carne de frangos abatidos no Estado. 

A determinação foi assinada pelo diretor-presidente da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal de MS (Iagro-MS), Daniel de Barbosa Ingold, no dia 2 e publicada na edição de ontem do Diário Oficial do Estado. 

A portaria resolve que “ficam suspensas as participações em eventos agropecuários, feiras, exposições, agremiações de criadores e atividades afins no Estado de Mato Grosso do Sul de qualquer espécie de aves, por período indeterminado”. 

Ainda conforme a publicação, estão incluídas na suspensão aves ornamentais, aves passeriformes, aves silvestres de cativeiro e galinhas de raça pura, bem como de corte e/ou postura comercial. 

“Não temos nenhum caso em Mato Grosso do Sul. Com o decreto, estamos seguindo o padrão dos demais estados, como Paraná e Rio Grande do Sul, evitando aglomerações, para que, justamente, a gente trabalhe em conjunto para fazer uma prevenção e consiga manter o status de livre da gripe aviária”, reforça o diretor-presidente. 

A portaria é mais uma medida preventiva da Iagro para bloquear o risco de a doença chegar ao País. Além dessa ação, a Iagro também reforçou o monitoramento na fronteira do Brasil com a Bolívia.

No mês passado, foi montada força-tarefa na fronteira que deve permanecer na região pelo menos até abril. Além disso, também foram feitas diversas ações de conscientização da população a respeito da doença ao longo do mês de fevereiro. 

No Brasil

De acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, competições e eventos que reúnam pássaros foram proibidos por 90 dias no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Além disso, regras nas granjas também se tornaram ainda mais rígidas nas últimas semanas na região. 

Ainda conforme a Folha, outras medidas adotadas envolvem vetar visitantes nas granjas, desinfetar caminhões e carros e revisar as telas das granjas, para evitar que animais silvestres entrem em contato com os plantéis. Outras orientações foram que a água coletada de lagos não seja fornecida diretamente aos animais e que seja exigido o uso de roupas especiais no aviário.

No mundo

Há registros de casos em outros países da América do Sul, como os vizinhos Bolívia, Argentina e Uruguai. O Brasil é o único grande exportador que continua sem registros da doença.

Também de acordo com a Folha de São Paulo, a Argentina suspendeu a exportação de produtos avícolas após o primeiro caso, detectado na província de Rio Negro.

No Peru, biólogos recolheram amostras de leões-marinhos após um surto que poderia ter matado mais de 3 mil aves, em novembro. No Uruguai, foi detectado um caso em um animal silvestre em Lagoa Garzón, distante 200 quilômetros da fronteira com o Rio Grande do Sul.

O jornal estadunidense The New York Times divulgou que nos Estados Unidos o surto já é considerado o maior da história do país. Diante da situação, a administração do presidente Joe Biden estuda a possibilidade polêmica de implementação de um programa de vacinação contra a gripe aviária no setor.

Também conforme a reportagem, há registros de mais de 58 milhões de animais afetados em 47 estados, inclusive algumas espécies de mamíferos, como raposas, guaxinins e ursos. 


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