26/09/2019 às 08h48min - Atualizada em 26/09/2019 às 08h48min

"Houve exagero", diz ministra sobre queimadas

Tereza Cristina afirmou que Brasil não pode ser tachado como vilão do meio ambiente

GLAUCEA VACCARI
Tereza Cristina participa de encontro do Brics - Foto: Divulgação

Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, afirmou que a mobilização sobre as queimadas na Amazônia e Pantanal são um exagero e que o Brasil não pode ser tachado como “vilão do meio ambiente”. Apesar disso, a ministra reconhecu que as queimadas foram fortes neste ano. Afirmação foi feita nesta quarta-feira (25) durante a 9ª Reunião dos Ministros da Agricultura do Brics, grupo composto Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, em Bonito. (Ouça o áudio abaixo).

“A Floresta Amazônica não se queimou, o que se queimou foram as savanas, bordas da Amazônia. Eu acho que sempre do limão se faz uma limonada. É uma maneira de a gente estar mais atento, trazer a mostra as práticas da agricultura para manter os incêndios, aceiros, uma série de coisas. Estamos fazendo uma cartilha para os pequenos agricultores”, disse Tereza.

Os aceiros citados pela ministra como medida para barrar incêndios são faixas ao longo das cercas onde a vegetação é completamente eliminada da superfície do solo com finalidade é prevenir a passagem do fogo para área de vegetação, utilizada em propriedades rurais.

Ainda conforme a ministra, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) fez um pedido ao Mapa, para que seja revisto o uso de reservas legais dentro das propriedades, em casos que o capim cresce muito e pega fogo.

“Temos de olhar tudo o que tem para não ter as queimadas que tivemos neste ano. Este ano tivemos uma seca intensa. Que as mudanças climáticas estão acontecendo, estão, a gente não pode fugir do tema, mas temos de achar mecanismos para que isso não ocorra de forma descontrolada”, afirmou.

Apesar de reconhecer que este ano houve mais queimadas, a ministra considera como exagero a repercussão dos incêndios florestais e afirmou que o Brasil tem “um código florestal severo”.

“Houve um exagero sim e acho isso muito ruim para o nosso País. Acho que você deve criar medidas mitigatórias para resolver este problema, sim. Mas o Brasil está há 20 anos na vanguarda do que é bom para o Meio Ambiente, hoje ser tachado de vilão do meio ambiente, isso não é verdade. Brasil é um dos poucos países do mundo que tem um código florestal severo, e os produtores rurais sabem, porque foi uma briga durante anos no Congresso, depois de aprovado, eu digo que o código florestal é muito bom. Agora, maus produtores, grileiros de terra, produtores ilegais, isso existe, e não é só aqui", avaliou a ministra. 

QUEIMADAS 

De acordo com balanço do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Cesipam), baseado nos dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), os focos de calor na floresta amazônica, no bioma Amazônia, somaram 30.901 focos em agosto deste ano. Número que superou os 10.421 focos registrados em agosto do ano passado. 

Em setembro, esse número caiu para 17.095, abaixo dos 24.803 registrados no ano passado e abaixo da média histórica de 33 mil focos. 

A Amazônia Legal é composta ainda pelo bioma Cerrado, este mais suscetível a incêndios nessa época do ano, e pelo Pantanal. 

PANTANAL

Focos de incêndio no Pantanal levaram o Governo do Estado a decretar situação de emergência. 

Força-tarefa foi montada para combate às queimadas no bioma, com auxílio de dois helicópteros – um do Exército e o outro da Polícia Militar de São Paulo – e uma aeronave e 34 bombeiros da equipe de combate a incêndios florestais do Distrito Federal (DF). Os militares estavam de prontidão e treinados para atuarem na Amazônia, mas foram realocados para ajudar na extinção do fogo no Pantanal. 

 A Sala de Situação do Sistema de Comando de Incidente (SCI),em Aquidauana,  montada pelo Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul para coordenar a força-tarefa de combate aos incêndios florestais, anunciou hoje  a permanência das equipes de brigadistas nas bases de operação, mesmo com a ocorrência de chuvas em toda a região do Pantanal e na borda onde haviam focos de calor.


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