09/05/2023 às 10h48min - Atualizada em 09/05/2023 às 10h48min

Produção de veículos cai 19,4% entre março e abril com fábricas paradas e queda na demanda

O problema tem ocorrido com frequência desde o início de 2023. Ao longo do primeiro trimestre, a Anfavea registrou oito paralisações

FOLHAPRESS
Cada vez mais montadoras têm paralisado atividades - Arquivo

O mês de abril terminou com queda de 19,4% em relação a março na produção de veículos leves e pesados.

Segundo a Anfavea (associação das montadoras), foram fabricadas 178,9 mil unidades no último mês. O resultado reflete as nove paralisações nas linhas de montagem.

GM, Hyundai, Mercedes-Benz, Scania, Stellantis e Volkswagen estão entre as empresas que tiveram interrupções. O principal motivo é a queda na demanda.

O problema tem ocorrido com frequência desde o início de 2023. Ao longo do primeiro trimestre, a Anfavea registrou oito paralisações.

“É um ajuste da produção à demanda de mercado, quando se vê uma queda no mercado interno e nas exportações”, disse Marcio de Lima Leite, presidente da Anfavea.

A queda no ritmo das vendas e a ociosidade das fábricas relacionadas ao setor automotivo têm estimulado as discussões pela produção de carros populares, cujos preços são estimados entre R$ 50 mil e R$ 60 mil.

As vendas de veículos leves e pesados caíram 19,2% em abril na comparação com março, segundo a Fenabrave (associação dos distribuidores).

Foram emplacadas 160,7 mil unidades no último mês. As locadoras foram os principais clientes: as empresas do setor compraram 47 mil veículos.

Além do desaquecimento do mercado, houve o impacto dos feriados: o último mês teve cinco dias úteis a menos que o anterior.

No acumulado do ano, há 632,3 mil unidades licenciadas, o que representa uma alta de 14,4% sobre o primeiro quadrimestre de 2022. Entretanto, as vendas nesse período do ano passado foram ruins, devido à falta de peças.

O mesmo ocorre com a produção. No fim de março, havia alta acumulada de 8% na comparação com o primeiro trimestre do ano passado. O crescimento agora é de 4,8%, com tendência de piora.

“Estamos chegando praticamente nos mesmos patamares do que foi o mercado no momento mais difícil da crise de semicondutores”, afirmou o presidente da Anfavea.
As quedas nas vendas na Argentina, no Chile, no México e na Colômbia prejudicaram as exportações, que terminaram abril com uma queda de 23,9% em relação a março.

Segundo a associação das montadoras, 34 mil unidades foram enviadas ao exterior no último mês.


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