Doro Jr.
Foram dias de disputa, conquistas e, também, de muito aprendizado e novas experiências. O Brasil subiu ao pódio no encerramento do Campeonato Mundial de Futebol Social (Homeless World Cup), em Sacramento, na Califórnia (EUA). A seleção brasileira, formada por jovens carentes – seis meninos e duas meninas - de projetos sociais de seis estados do País, ficou com o terceiro lugar no torneio. E traz na bagagem um balanço muito positivo. Além do resultado, colocando o Brasil mais uma vez entre os melhores do mundo, a competição foi uma oportunidade de confraternização e de diferentes atividades extracampo, que ficarão na memória de quem participou, entre os dia 8 e 15 deste mês.
"O campeonato voltou depois de três anos, após a pandemia, com uma presença maciça, foram 40 seleções. E só temos a comemorar nessa retomada da Homeless. Uma estrutura muito boa, dentro da Universidade Estadual da Califórnia, no mesmo local em que ficam os estudantes, com todo o apoio, uma arena muito bem montada. E com muitas atividades ao longo desses dias", destacou Guilherme Araujo, fundador da ONG Futebol Social.
O torneio terminou no fim de semana e, ao final do evento, todos assistiram ao time da cidade de Sacramento jogando na Liga de Soccer. Já no retorno ao Brasil, uma escala em Los Angeles fez com que os meninos e meninas passeassem, conhecessem lugares como Hollywood, Beverly Hills e o Pier de Santa Monica, entre outros locais famosos.
Ao longo da competição, muitas foram as atividades extracampo. Como os exames oftalmológicos, com os atletas recebendo óculos de grau, de acordo com a necessidade de cada um. Assim como aulas de introdução de inglês, aulas de dança, os passeios. "Tudo isso foi muito importante, fez a diferença na confraternização, no campeonato como um todo", completou Guilherme.
A campanha do Brasil - O Brasil disputou o torneio com uma equipe mista (seis meninos e duas meninas), em que todos participaram de boa parte dos jogos. A seleção brasileira comemorou o terceiro lugar ao vencer a equipe de Portugal, por 7 a 5. A única derrota brasileira foi na semifinal, para o México, por 1 a 0.
O Brasil venceu os seis jogos da primeira fase: 10 a 2 na Escócia; 9 a 2 na Hungria; 6 a 4 no País de Gales, 9 a 1 na Suécia; 7 a 1 na Missão; e 11 a 1 na Áustria. A invencibilidade foi mantida na segunda fase, quando ganhou mais três partidas e se classificou em primeiro lugar no grupo: 4 a 3 na Costa Rica, 5 a 1 na Ucrânia e 9 a 1 nos Estados Unidos. Nas quartas de final, passou pela Bulgária: 7 a 3.
"A campanha do Brasil foi brilhante, com uma única derrota por 1 a 0. O goleiro Gui Oliveira foi muito elogiado e o Kaike Silva foi eleito o melhor jogador da competição", acrescentou Guilherme Araujo.
Nesta edição 2023, o Brasil teve uma equipe formada por oito jovens carentes de projetos sociais de seis estados do País. São eles: o goleiro Gui Oliveira (Brasília/DF), Kaylane Jufo (Rio de Janeiro/RJ), Yan Brendo (Rio de Janeiro/RJ), Kaike Silva (Bocaina/SP), Dani Santos (São Paulo/SP), Fran Reis (São Luis/MA), Inácio Neto (Milagres/CE) e João Victor (Tomé-Açu/PA). A comissão técnica contou com o técnico Pupo Fernandes e o auxiliar técnico Tiago Ferreira Guimarães, ambos de São Paulo.
Enxergando um futuro - O Futebol Social conecta jovens e comunidades carentes, contribuindo para a transformação social por meio do futebol. Mais do que as vitórias, as conquistas, esses atletas buscam um sonho de, por meio do esporte, enxergar um futuro. A ONG Futebol Social organiza competições ao longo da temporada no Brasil, como o Circuito Futebol Social e a Copa Futebol Social. Um movimento pioneiro, promovido ano a ano, que dá aos jovens carentes a chance de conhecer, com o esporte, outras realidades.
Participam da ONG Futebol Social jovens de 16 a 20 anos, que vivem em situação precária de moradia (ou sem moradia), sob risco social e sem condições plenas de desenvolvimento, ligados a projetos sociais e/ou movimentos comunitários que fazem parte de Rede Futebol Social. Hoje são mais de 100 projetos parceiros. "Futebol Social: ganhar é virar o jogo!" é o lema da ONG.
Sobre a Ong Futebol Social - Com patrocínio da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o Futebol Social promove um movimento pioneiro que conecta jovens e comunidades carentes de todo o País, tendo como objetivo principal integrar, motivar e fortalecer seus participantes. Fazem parte da rede diversos projetos sociais e movimentos comunitários atuantes em periferias, favelas, entre outros grupos e regiões socialmente excluídos. Desde 2004, o projeto já atendeu a mais de 20 mil jovens e participou de mais de 20 eventos internacionais, incluindo o Campeonato Mundial de Futebol Social (Homeless World Cup). O Brasil é tricampeão mundial no masculino (2010, 2013 e 2017) e campeão no feminino (2010).
A Rede Futebol Social conta com dez núcleos principais: São Paulo (São Paulo, Mongaguá, Sorocaba e Parelheiros), Pará (Ananindeua), Ceará (Barbalha), Maranhão (São Luís), Rio de Janeiro (Rio de Janeiro e São Gonçalo) e Distrito Federal (Brasília).
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