22/02/2020 às 16h18min - Atualizada em 22/02/2020 às 16h18min

Uso de verba do Carnaval em outros setores é legal.

Promotor de justiça do patrimônio público de Campo Grande afirma que não tem obrigatoriedade do uso da verba na festividade.

Midiamax
Depois que os prefeitos de Dois Irmãos do Buriti,  Edilsom Zandona, no interior de Mato Grosso do Sul, decidiram não investir no Carnaval para realocar a verba em outros setores, a dúvida que ficou é sobre a legalidade da ação. 
 
O prefeito falou que o secretário de governo Sergio de Paulo chegou a oferecer recurso ao prefeito para a realização da festividade mas o prefeito recusou-se. "O recurso eu quero mas para investir na educação, quero reformar as escolas do município que ainda não foram contepladas na minha gestão". afirmou o Prefeito Edilsom.
 
O valor a ser destinado a reforma das escolas é de R$ 140.000,00 (cento e quarenta mil reais) e serão reformados o centro de Educação Infantil "Sidinei Marques Rosa" na sede do Município, Escola "Nero Menezes de Ávila", em Palmeiras e a Escola na Aldeia Recanto, Escola  Polo Municipal Indígena Alexina Rosa Figueiredo, aldeia comandada pelo Cacique Carlinhos e vice cacique Aurelindo.
 
Porém, de acordo com o Promotor de Justiça do Patrimônio Público de Campo Grande, Humberto Lapa Ferri, o que ocorre é que geralmente a verba destinada para a realização da festa não é carimbada, ou seja, não tem obrigatoriedade de que seja investido somente nela.
 
Como é uma festa que acontece todos os anos, apenas em poucos casos, como no Rio de Janeiro, ela vem com destinação certa. “Geralmente são verbas de arrecadação, então o prefeito por fazer alterações de onde pretende investi-las, desde que não seja carimbada, mas isso é bem difícil se tratando do Carnaval em Mato Grosso do Sul, ainda mais no interior”, esclareceu o promotor que é responsável pela 31ª Promotoria de Justiça do Patrimônio Público da Capital.
 
O promotor explica que caso essa verba fosse destinada especificamente para o Carnaval e o gestor público a tivesse realocado em outro setor, isso poderia lhe causar problemas com o Ministério Público. 
 
“A manobra seria algo como as pedaladas da presidente Dilma Rousseff, e poderia acontecer algo parecido com o prefeito que fizesse isso”, disse, salientando que nenhuma denúncia foi feita para a 31ª Promotoria.
 
Lapa Ferri também esclarece que a festa não necessariamente entra nas verbas da Cultura, por ser uma atividade também de lazer. “E mesmo que ela esteja ligada, a Cultura não tem um limite constitucional, portanto o prefeito pode realocar o dinheiro da pasta, se ele não tiver carimbado”.

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