27/02/2020 às 10h41min - Atualizada em 27/02/2020 às 10h41min

Caso suspeito deixa fronteira em alerta

Secretários de saúde terão reunião nesta manhã

DAIANY ALBUQUERQUE
Há um caso suspeito da doença em Ponta Porã - ARQUIVO

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) convocou uma reunião presencial para esta quinta-feira (27) com os secretários municipais de Saúde de Ponta Porã e Corumbá, por conta das características fronteiriças dessas cidades. Ontem, o governo do Estado divulgou que investigava um caso suspeito da doença na cidade que faz fronteira com o Paraguai, porém, o próprio paciente negou que tenha a doença.

De acordo com a secretaria, já houve reuniões anteriores com esses municípios, mas, após a confirmação do primeiro caso da doença no Brasil, um novo encontro foi marcado para fortalecer os protocolos a serem tomados. Com relação às outras cidades que fazem fronteira com o Paraguai, a SES informou que será liberado material gráfico educativo e foi solicitado apoio das equipes de fronteira.

O caso que estava sob investigação é de um homem de 24 anos de Ponta Porã – a 340 quilômetros de Campo Grande –, que durante 14 dias esteve na Tailândia, um dos 16 países monitorados para casos suspeitos de Covid-19, como é chamado o coronavírus. Segundo a SES, o paciente foi em um voo com conexão em Pequim na ida e voo de conexão de volta na Alemanha. Ele desembarcou no aeroporto de Guarulhos (SP) e se deslocou de carro até Ponta Porã.  

O homem foi atendido no hospital regional da cidade, com febre, coriza e dor de garganta. Ele foi colocado em isolamento da unidade com sintomas leves e avaliado pela equipe médica do hospital. Segundo o próprio paciente, Gabriel Santana, entretanto, o resultado já deu negativo para a doença e ele deveria deixar o hospital ainda ontem – o que não foi confirmado até o fechamento desta edição.

“Peguei resfriado na Alemanha, por conta do clima muito gelado, e quando desembarquei no Brasil o clima era de muito calor. Os exames não apontaram nada para corona, então, hoje (quarta-feira) vou receber alta”, afirmou.

A secretaria informou também que desde janeiro tem tomado medidas de prevenção e monitoramento do coronavírus, como a criação do Centro de Operações de Emergência (COE), “com o objetivo de auxiliar na definição de diretrizes estaduais para vigilância, prevenção e controle, bem como o acompanhamento e avaliação das ações desenvolvidas pelo governo do Estado”.

PRECAUÇÃO

Durante coletiva de imprensa, ontem de manhã, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, pediu que a partir de agora, com o caso confirmado, as pessoas evitem tomar bebidas compartilhadas, como o chimarrão e o tereré, bebida tradicional de Mato Grosso do Sul.

“Essa doença é uma síndrome gripal, ela se comporta de uma maneira mais agressiva nos pacientes de mais idade, acima de 60 anos, os pacientes jovens são muito poupados. Nós estamos no hemisfério sul, terça-feira foi a Argélia e agora o Brasil, então nós vamos ver como que esse vírus vai se comportar em uma situação de um país tropical, em pleno verão. É um vírus novo, ele pode manter o mesmo padrão de comportamento que tem no hemisfério norte, onde tem o frio, a temperatura como um fator, e agora vamos ver no hemisfério sul”, disse Mandetta.

Atualmente, para fins de monitoramento, o Ministério da Saúde trata como casos suspeitos do coronavírus pessoas vindas de 16 países dentro de 14 dias antes dos sintomas, são eles: Alemanha, Austrália, Emirados Árabes Unidos, Filipinas, França, Irã, Itália, Malásia, Camboja, China, Coreia do Norte, Coreia do Sul, Japão, Singapura, Tailândia e Vietnã.

O único caso confirmado da doença no Brasil até agora se trata de um homem de 61 anos, que viajou do dia 9 de fevereiro até o dia 20 deste mês para a Itália. Na volta, o voo parou na França, antes de chegar a Guarulhos (SP) na sexta-feira (21).  

Conforme o Ministério da Saúde, os sintomas só começaram a ser sentidos pelo paciente na noite de domingo (23), e na segunda-feira (24) ele procurou o Hospital Albert Einstein, na capital paulista. Na terça-feira (25), pela manhã, ele foi diagnosticado com coronavírus pelo exame feito no hospital e horas depois a contraprova comprovou a doença.

Apesar disso, o homem está em isolamento domiciliar. As pessoas que tiveram contato com ele, cerca de 50, serão contatadas e monitoradas pelo Ministério da Saúde dentro de 14 dias.


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