03/10/2019 às 16h14min - Atualizada em 03/10/2019 às 16h14min

Chefe da Polícia Civil faz reunião para discutir ameaças a delegado

Presos planejavam de dentro do presídio atentado ao delegado Fábio Peró

ALÍRIA ARISTIDES E RAFAEL RIBEIRO
 

Os planos de execução do Delegado Fábio Peró, feitas por integrantes do grupo de extermínio de Campo Grande alvo da Operação Omertà, motivou uma reunião para discutir a segurança de chefes de polícia, que será realizada na tarde de hoje (3). Medida cautelar divulgada por promotores do Gaeco aponta que o titular do Grupo Armado de Repressão a Assaltos e Sequestros (Garras) corre risco de um atentado contra sua vida, que estaria sendo articulado de dentro do próprio Centro de Triagem pelos milicianos presos.  

O delegado-geral do Estado, Marcelo Vargas, reduziu agenda que cumpria em Brasília com o ministério da Justiça e Segurança Pública, do ministro Sérgio Moro, com intuito de retornar ao Mato Grosso do Sul e realizar reunião onde estará presente o delegado-adjunto do Garras, João Paulo Sartori, o delegado Fábio Peró e a cúpula da Polícia Civil. O intuito da reunião, que será realizada na sede da Delegacia Geral de Polícia, é estabelecer força-tarefa para investigar os planos da milícia armada, além de debater medidas para proteger os possíveis alvos das ameaças do grupo.

Em nota divulgada na manhã desta quinta-feira (3), a Associação de Delegados de Polícia de Mato Grosso do Sul (Adepol-MS) se manifestou sobre o caso e declarou apoio ao delegado alvo das ameaças de morte. A Adepol afirmou dar “total e irrestrito apoio” tanto a Fábio Peró quanto a todos policiais que “venham a sofrer qualquer tipo de tentativa torpe de impedir o exercício das funções”.

Fábio Peró estava a frente das investigações que culminou na prisão de dezenove pessoas, entre eles o empresário Jamil Name e seu filho, apontados como chefes da organização criminosa de pistolagem composta em sua maioria por guardas municipais, policiais aposentados e militares. Ainda segundo as investigações, a milícia armada desarticulada seria responsável pela execução de pelo menos 3 mortes na Capital. 

A informação sobre o possível atentado foi divulgada em documentos protocolados pelo Gaeco, no Ministério Público do Estado, como forma de demonstrar a periculosidade dos presos no pedido para manter a prisão preventiva dos envolvidos, que estão no presídio desde a última sexta-feira (27).

Por determinação do secretário especial de Segurança e Defesa Social do município, Valério Azambuja, os quatro guardas municipais presos pela Operação Omertà foram afastados dos seus cargos por 60 dias. A determinação foi divulgada na manhã de hoje (3) no Diário Oficial de Campo Grande. Alcinei Arantes da Silva, Eronaldo Vieira da Silva, Igor Cunha de Souza e Rafael Carmo Peixoto Ribeiro se tornaram alvo de processos administrativos disciplinares e, conforme a publicação, Alcinei Arantes e Eronaldo perderam também o porte de arma. 

CASO

A força-tarefa da qual participa o delegado Fábio Peró Correa Paes foi criada em novembro do ano passado, depois das execuções de Ilson Figueiredo (ocorrida em junho daquele ano), de Marcel Costa Hernandes Colombo, o “Playboy da Mansão”, e Orlando da Silva Fernandes, o “Bomba” (ambas ocorridas em outubro de 2018). 

No dia 9 de abril deste ano, a execução por engano do estudante de Direito Matheus Coutinho Xavier intensificou as investigações. O alvo do crime seria o pai de Matheus, o policial militar Paulo Roberto Teixeira Xavier. 

A investigação sobre o grupo de extermínio avançou já no fim de abril, quando o motorista Juanil Miranda Lima e o ex-guarda municipal José Moreira Freires, apontados como os executores do crime, simplesmente desapareceram após o depoimento de um rapaz, que era responsável pelo rastreamento telemático e eletrônico de Xavier.

Os dois estão entre os alvos da operação, mas são os únicos foragidos até agora. Por isso, o Garras e o Gaeco oferecem recompensa de R$ 2 mil para quem dar informações sobre o paradeiro deles, sob compromisso de manutenção do anonimato. 


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