07/04/2020 às 11h12min - Atualizada em 07/04/2020 às 11h12min

Com duas mortes por Covid-19, leitos ainda são insuficientes

MS cria vagas e quer acelerar término de hospitais no interior

Movimento mostra que população abandonou isolamento - Foto: Álvaro Rezende / Correio do Estado

Com 1.343 leitos de internação clínica e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) exclusivos para atendimento de pacientes com Covid-19 – doença causada pelo novo coronavírus – em Mato Grosso do Sul, a quantidade ainda é insuficiente caso a disseminação do vírus ganhe força em razão do afrouxamento das medidas de segurança, especialmente de distanciamento social.

Para tentar suprir a falta de leitos, problema antigo em MS, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) pretende criar e ampliar total de 471 leitos em hospitais públicos e particulares de Campo Grande e do interior. Atualmente, de acordo com a pasta, são apenas 872 leitos em operação para atender exclusivamente pacientes com a Covid-19.

É na região de Dourados, município a 230 quilômetros da Capital, que a pasta trabalha com mais preocupação para disponibilizar os leitos com mais rapidez. Isso porque ontem foi confirmada a segunda morte provocada pela doença no Estado. A vítima, uma mulher de 66 anos que também morava em Batayporã, seria uma das oito pessoas – cinco em Batayporã e três em Nova Andradina – que foram infectadas após contato com a paciente Eleuzi Nascimento, que morreu na quarta-feira (1°), aos 64 anos. Ela ficou internada por uma semana no Hospital da Cassems de Nova Andradina – onde três profissionais da saúde acabaram infectados – sem diagnóstico e foi transferida às pressas para Dourados, onde morreu.

“Estamos em tratativas desde domingo com o Ministério da Educação, UFGD [Universidade Federal da Grande Dourados] e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares [Ebserh] para a gente terminar em tempo veloz e lotar de profissionais para transformar o Hospital da Mulher e da Criança, que está com 90% da obra concluída, em hospital de tratamento da Covid-19”.

A negociação é para que o local tenha 60 leitos de UTI. “Seria uma maravilha, espetacular. Colocaria o atendimento da macrorregião de Dourados, com 33 municípios. A previsão era de entregar agora em julho, vamos tentar antecipar isso”.

Mas no fim da tarde, a SES informou que a investigação apontou que a vítima de 66 anos apresentou sintomas após retornar de São Paulo, para onde foi a trabalho. O Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen/MS) realizou exame para coronavírus em 31 de março e o resultado foi inconclusivo. Após nova  coleta feita no domingo (5), o resultado divulgado ontem foi positivo para Covid-19.

“Nós fizemos uma varredura em todo o Estado, para colocar à disposição os leitos, conforme o Ministério da Saúde nos pediu para fazer. Esses leitos ampliados ainda estão sendo direcionados e vão ser usados caso haja um crescimento e ocupação dos demais existentes”, explicou o titular da SES, Geraldo Resende.

Ou seja, os 471 leitos que aparecem no mapa hospitalar de leitos clínicos e de UTI do Plano de Contingência Estadual da Covid-19 ainda não estão criados. “Vamos disponibilizar estes leitos. Mas a cada dia a gente tem vencido um desafio. O governo do Estado decidiu colocar leitos na região norte. Conseguimos ventiladores para Coxim. Além disso, vamos ter leitos em Corumbá e Paranaíba. Vamos vencendo os obstáculos e construindo a rede de assistência aos pacientes com coronavírus”.

Outra medida, além de fortalecer Dourados, é de converter outros hospitais ao atendimento de pacientes com Covid-19. “O Hospital Regional de Dourados, Três Lagoas, Corumbá, Jardim. E com isso a gente pode ter condições de planejar e, no futuro, ter leitos suficientes, com ou sem pandemia”, finalizou Resende.


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