14/10/2019 às 14h07min - Atualizada em 14/10/2019 às 14h07min

Interceptação telefônica cita "máfia" de propina dentro do Instituto Penal

Mulher de preso diz que pagou R$ 300 para mandar traficante para área de "convívio normal" e diz que tudo funciona na propina

Fachada do IPCG, no complexo penal de Campo Grande. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

A existência de “verdadeira máfia” de propina dentro do IPCG (Instituto Penal de Campo Grande) é citada em uma das centenas de conversas telefônicas interceptadas pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) durante a Operação Omertà.

O esquema de corrupção envolvendo servidores públicos é citado pela esposa de um preso e também por Luiz Fernando da Fonseca, 55 anos, o “Ligeirinho” ou Magnata”, treinador de cavalos de corrida que presta serviço à família Name.

A conversa aconteceu no dia 22 de julho e, a partir do cadastro telefônico, a mulher foi identificada como Andreia Cristina de Souza Peres, companheira de Carlos Aparecido Laurentino Lopes, o “Itaquera”, preso no IPCG (Instituto Penal de Campo Grande).

Mulher cita pagamento de propina para favorecer Carlos Lopes, o Itaquera, preso no IPCG (Foto/Reprodução)

Mulher cita pagamento de propina para favorecer Carlos Lopes, o Itaquera, preso no IPCG (Foto/Reprodução)

Mulher cita pagamento de propina para favorecer Carlos Lopes, o Itaquera, preso no IPCG (Foto/Reprodução)

No diálogo, Andréia diz que “tudo hoje em dia tem manobra” que “o cara lá” pediu R$ 300 para que Itaquera saísse de onde estava e fosse transferido para área de “convívio normal” dentro do IPCG.

Ela completa: “o que passa por lá tudo é propina, pagam uma porcentagem para o diretor e lá dentro eles vendem tudo” (...) “é uma verdadeira máfia”. Na citação, ela não esclarece se está falando do diretor geral do IPCG ou de algum chefe de departamento interno.

De acordo com informações do sistema judiciário, Carlos Aparecido tem condenações por tráfico de drogas.

Em agosto de 2004, foi condenado pelo transporte de maconha do Paraguai em ônibus escolar, com destino a São Paulo. A pena, dada pela Justiça Federal, no dia 28 de janeiro de 2005, foi de seis anos e oito meses de prisão, em regime fechado.

Em 2011, voltou a ser preso pelo tráfico de 1,8 quilo de cocaína, em flagrante ocorrido no bairro Cidade Morena, sendo condenado a sete anos de prisão, em regime fechado. Em 2018, nova condenação pelo mesmo crime. Posteriormente, perdeu direito de livramento condicional, sendo determinado o retorno ao regime fechado, conforme despacho de 25 de julho deste ano, assinado pelo juiz da 2ª Vara da Execução Penal, Albino Coimbra Neto.

Em consulta a processo de execução de pena, não consta se ele foi transferido para outra unidade.

A reportagem entrou em contato com assessoria da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) sobre as citações relacionadas ao pagamento. Em nota, a informação é que "todas as ações que envolvem condutas de servidores são investigadas, por meio de procedimento administrativo disciplinar" com objetivo de verificar se há fundamentação.


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