18/05/2020 às 11h56min - Atualizada em 18/05/2020 às 11h56min

Homem que já confessou sete assassinatos pode ter matado mais, diz delegado

Durante a semana, Polícia Civil vai cruzar dados em busca de novas vítimas

Eduardo Miranda
O pedreiro Cléber de Souza Carvalho, apontado como autor de sete assassinatos - Valdenir Rezende

O titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios, Carlos Delano, informou que investiga a participação do pedreiro Cléber de Souza Carvalho em mais assassinatos. Por enquanto, Cléber já confessou a participação em sete crimes e deve ser indiciado por homicídio qualificado e ocultação de cadáver em todos eles. O pedreiro agia com frieza contra suas vítimas, e escolhia perfis semelhantes para atacar, característica que contribui para enquadrá-lo nos conceitos de psicopatia e de assassinatos em série.

Se acusado, julgado e condenado por esses sete delitos, o pedreiro estará sujeito a uma pena que pode chegar a 240 anos de prisão. “Acreditamos sim, que ele pode ter sido autor de mais crimes”, afirmou o delegado.  

Delano, responsável pela investigação dos assassinatos em série, fará um cruzamento nos dados da Polícia Civil de pessoas desaparecidas que se encaixam no perfil das vítimas escolhidas pelo pedreiro. O delegado, porém, faz uma ressalva: “Em alguns casos, a vítima que ele escolheu não tinha ninguém próximo para ir à delegacia fazer o boletim de ocorrência de desaparecimento. Então, pode ter novos casos sem nenhuma ocorrência de desaparecimento”, explica.  

Cléber é apontado, por enquanto, como o autor dos assassinatos de José Leonel ferreira dos Santos, 61 anos, assassinado no dia 2 de maio; José de Jesus de Souza, 45; um homem identificado como Geraldo, 48 anos; outro identificado como Taíra, 74 anos; Flávio Pereira, 34 anos; Claudionor Longo Xavier, 48 anos; e Timóteo Pontes Roman, 62 anos.

CRIMINOLOGIA

Conforme a criminologia, os assassinos em série são pessoas que matam uma porção de indivíduos seguindo uma lógica ou sequência em cada um deles. Geralmente as vítimas têm um mesmo tipo ou características semelhantes. No caso de Cléber, a lógica encontrada é que todas as vítimas eram homens, que moravam sozinhos e tinham bens em seus nomes.

Segundo o delegado responsável pela investigação, Carlos Delano, o perfil das vítimas era o mesmo e o criminoso afirmou que as matou para que pudesse se apossar de seus bens.  

“É o perfil da vítima que evidenciamos que ele vem matando. Normalmente as vítimas tinham relacionamento com ele, nas que a gente identificou ontem e semana passada, eram pessoas com que ele havia ido trabalhar”, disse.

De acordo com a definição de serial killer, existem basicamente dois tipos de assassinos em série: os organizados e os desorganizados. Os do tipo organizado são os que normalmente exibem inteligência normal, conseguem se inserir bem na sociedade e tem vida aparentemente normal, com esposa e filhos.  

Em análise dedutiva, conforme relatos de vizinhos e conhecidos sobre o comportamento em sociedade, Cléber se encaixa no perfil de organizados. 

 

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