22/10/2019 às 10h19min - Atualizada em 22/10/2019 às 10h19min

Reforma está blindada, diz Tebet sobre crise no PSL

Comissão se reúne hoje para analisar as últimas emendas apresentadas, mas não deve votar

Presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Simone Tebet - Foto: Edilson Rodrigues / Agência Senado

A crise do PSL na Câmara dos Deputados pela disputa da liderança do partido não oferece risco para a segunda votação hoje da reforma da Previdência no plenário do Senado federal, segundo a presidente da Comissão de Constituição  e Justiça (CCJ), senadora Simone Tebet (MDB-MS). A parlamentar sul-mato-grossense coordenou e agilizou  as votações no colegiado para que chegasse ao plenário no prazo de dois meses. 

“Não há risco de a reforma não ser votada. É risco zero.Primeiro, porque a bancada do PSL no Senado é formada por quatro parlamentares e eles não estão nesse processo. Hoje, a crise no PSL é na bancada da Câmara”, afirmou Tebet, referindo-se à disputa pelo comando da sigla na Câmara. “A Previdência está blindada”, afirmou.

A reforma já passou pela primeira votação no Senado Federal e, antes de ir para plenário, amanhã, em segunda votação, devem ser discutidas as emendas e os destaques da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) na CCJ. 

A expectativa era de que fossem votadas ainda hoje as emendas, porém, a presidente descartou essa possibilidade. “Sem possibilidade de aprovar qualquer emenda de mérito nem destaque. Reunião rápida na CCJ”, afirmou Tebet.

Conforme o site do Senado Federal, a principal medida da reforma da Previdência é a fixação de uma idade mínima (65 anos para homens e 62 anos para mulheres) para a aposentadoria, extinguindo a aposentadoria por tempo de contribuição. O texto também estabelece o valor da aposentadoria a partir da média de todos os salários (em vez de permitir a exclusão das 20% menores contribuições), eleva alíquotas de contribuição para quem ganha acima do teto do INSS (hoje em R$ 5.839,00) e estabelece regras de transição para os trabalhadores em atividade.

Cumprida a regra de idade, a aposentadoria será de 60% com o mínimo de 15 anos de contribuição. Cada ano a mais eleva o benefício em dois pontos porcentuais, chegando a 100% para mulheres com 35 anos de contribuição e para homens com 40.

O objetivo com a reforma, segundo o governo, é reduzir o rombo nas contas da Previdência Social. A estimativa de economia com a PEC 6/2019 é de cerca de R$ 800 bilhões em 10 anos. O Congresso ainda vai analisar uma segunda proposta (PEC 133/2019) que contém alterações e acréscimos ao texto principal, como a inclusão de estados e municípios nas novas regras previdenciárias.

A reforma foi aprovada em primeiro turno no início de outubro, com 56 votos favoráveis e 19 contrários – são necessários pelo menos 49 votos para a aprovação de uma PEC. Os senadores derrubaram um dispositivo do texto que veio da Câmara dos Deputados: as novas regras do abono salarial. Como se trata de uma supressão, essa mudança não provocará o retorno da PEC 6/2019 à Câmara dos Deputados.

CRISE NO PSL


O deputado federal Loester Trutis não apoiou Eduardo Bolsonaro na última lista para sua indicação, que foi apresentada ontem, e teve a assinatura rejeitada na última lista da semana passada por estar diferente da apresentada na Casa de Leis no início do mandato,  enquanto o  dr. Luiz Ovando teve todas as suas assinaturas de apoio a Eduardo Bolsonaro validadas pela Câmara dos Deputados.

Mesmo com esse impasse, a senadora sul-mato-grossense enfatizou que “já vencemos as etapas regimentais, a Previdência não é mais uma pauta do governo, é do Congresso Nacional”, porém, manifestando preocupação com pautas futuras do governo. “Essa divisão no PSL pode comprometer outras pautas, como o Pacto Federativo e o novo pacote de Guedes”.


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