No longo embate pela propagação e uso da Hidroxicloroquina no combate ao coronavírus, o Ministério da Saúde recomendou à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) que dissemine o uso do medicamento sem comprovação científica.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) cancelou os testes feitos com a medicação por duas ocasiões uma em maio e a última no começo deste mês.
Segundo o comunicado à imprensa, “a OMS aceitou a recomendação do comitê Solidariedade em abandonar as pesquisas com a hidroxicloroquina porque os resultados apresentados mostraram pouca ou nenhuma redução na taxa de mortalidade quando comparados com o tratamento padrão”.
Ironicamente, quem lidera as pesquisas brasileiras do comitê Solidariedade é a Fiocruz. Em março, o instituto se aliou à iniciativa com declaração presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, dizendo que “esse é um ponto muito sensível em que acredito que poderemos dar uma contribuição muito importante”.
A instituição assinou a recomendação à OMS, e agora recebe uma orientação contrária por parte do Governo Federal.
O secretário de Atenção Especializada à Saúde, Luiz Otávio Franco Duarte afirmou em ofício que a divulgação é importante para a contenção do aumento de casos que necessitem cuidados intensivos.
Para o Ministério “são medidas essenciais” o uso do medicamento como prevenção do agravamento da doença.
Campo Grande também acredita na recomendação do governo federal. Nas últimas semanas o debate em torno do kit profilático da esquentou na cidade.
Com o respaldo de um grupo de 250 médicos, o prefeito Marcos Trad (PSD) instituiu um protocolo, usando medicamentos como a polêmica hidroxicloroquina, a ivermectina, vermífugo rejeitado por pesquisadores da Universidade de São Paulo, e demais complementos vitamínicos.