A economia brasileira retraiu 9,7% no segundo trimestre de 2020 em relação ao trimestre anterior. Em relação ao mesmo período de 2019, o tombo foi de 11,4%. O número foi divulgado nesta terça-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o resultado, o país entra oficialmente em “recessão técnica”, que acontece após recuo da atividade econômica por dois trimestres consecutivos.
Este foi o trimestre que mais sentiu os efeitos da pandemia, principalmente pelo distanciamento social que manteve diversos setores da economia paralisados. A retomada gradual das atividades, iniciada em muitos estados em meados de junho, não foi o suficiente para reverter as perdas dos meses anteriores. Não à toa, esse foi o pior resultado para a economia desde o início da série histórica, em 1996.
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Em números brutos, o PIB somou R$ 1,653 trilhão de abril a junho. Com o resultado, o país retoma ao patamar do final de 2009, auge dos impactos da crise mundial provocada pela onda de quebras na economia americana.
Já em relação aos últimos quatro trimestres, a economia brasileira encolheu 2,2%, e, na comparação com o segundo trimestre do ano passado, o recuo foi de 11,4%.
“Esses resultados referem-se ao auge do isolamento social, quando diversas atividades econômicas foram parcial ou totalmente paralisadas para enfrentamento da pandemia”, disse a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.
O IBGE também revisou o resultado referente ao 1º trimestre de 2020, passando de uma queda de 1,5% para 2,5%.
Isolamento social e impacto nos setores
A retração resulta das quedas históricas de 12,3%, na indústria, e de 9,7%, nos serviços, respectivamente. Somados, os dois setores representam 95% do PIB nacional.
Enquanto isso, o segmento agropecuário foi o único que cresceu, em 0,4%, puxado principalmente pela produção de soja e café.
Até agora, no acumulado do primeiro semestre, a economia caiu em 5,9%, conforme mostraram os dados do IBGE. O PIB está atualmente no mesmo patamar do final de 2009, auge dos impactos da crise global provocada pela quebra da economia americana.
O resultado veio dentro das expectativas da maioria do economistas, que projetavam um recuo próximo da casa dos dois dígitos para o PIB, mas acima das projeções do Monitor do PIB da Fundação Getulio Vargas (FGV), que esperav retração de 8,7%.
Avaliação do mercado
Já o mercado financeiro estima que a queda total do PIB será de 5,28% para o ano. A retração da economia do país foi revisada para cima durante nove semanas consecutivas do Boletim Focus, publicado pelo Banco Central. Em seu pico, a maior projeção de queda era de 6,54%.
As tendências de melhora nas previsões das últimas semanas, porém, refletem os dados positivos de indicadores macroeconômicos recentes, como a alta nos setores de indústria e de serviços em junho, bem como o saldo positivo na criação de vagas do mercado formal de trabalho.
Em atualização