Quem passar pela rodovia MS-178, que liga os municípios de Bonito e Guia Lopes da Laguna, verá uma cena que se torna cada dia mais comum. Cerca de 150 famílias, alocadas no acampamento 8 de março, organizaram ato pela reforma agrária. Eles reivindicam moradia e assistência social do poder público.
“Ressaltamos que não estamos contra o governo, mas estamos lutando contra a paralisação da reforma agrária. Queremos que o Incra retome as vistorias. As famílias já estão há dois e seis meses aguardando resultado da vistoria que foi feita. Só falta o resultado”, afirma Elessandra Maria de Souza”, integrante do acampamento.
O ato faz parte de um movimento nacional em prol da reforma agrária, que alega inoperância do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), especialmente nesses dois primeiros anos de gestão de Jair Bolsonaro.
Os manifestantes também afirmam que o Ministério Público Federal se resumiria a mero expectador da situação. Eles reivindicam a desapropriação de terras improdutivas, advindas do tráfico de drogas e também aquelas adquiridas com dinheiro fruto de corrupção.
“Não podemos nos calar sabendo que existem terras que não cumprem sua função e tanta gente sem-terra morrendo de fome e sem moradia neste país”, diz trecho do manifesto, entrega a quem passa pelo acampamento.