23/09/2020 às 12h11min - Atualizada em 23/09/2020 às 12h11min

Ex-deputado ‘recrutava’ fazendeiros para esquentar propina de Reinaldo com notas falsas

Osvane Ramos, que já foi petista, foi indiciado por lavagem de dinheiro da organização criminosa que trocou propina por isenção fiscal no Governo de MS

Jornal Midiamax - Aliny Mary Dias
Osvane Ramos (dir.) e o governador Reinaldo Azambuja: indiciados pela PF (Reprodução, Arquivo Pessoal)

Além de emitir quase R$ 900 mil em notas fiscais frias, Osvane Ramos (PSDB), ex-deputado estadual de  preso na , em setembro de 2018, ‘recrutou’ fazendeiros que também soltaram notas falsas para esquentar propina paga ao grupo do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), segundo a Polícia Federal.

Osvane Aparecido Ramos tem 53 anos. É pecuarista, já foi petista e prefeito de Dois Irmãos do Buriti. E foi na região que outros produtores rurais citaram o ex-deputado como uma espécie de ‘agenciador’. Segundo apurou , ele intermediou com fazendeiros a emissão notas fiscais que ‘esquentaram’ o esquema de corrupção no Governo de .

Além das vantagens financeiras, haveria interesse em ‘fazer um favor’ ao grupo que chegou ao Governo de MS em 2015 com a eleição de Reinaldo e acabou classificado como ‘organização criminosa’ no Inquérito Policial 4-2019-1, da Dicor/PF (Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal).

 

Conforme as apurações, pela emissão das notas falsas, Osvane recebeu, no dia 5 de dezembro de 2016, R$ 846.620,00 da JBS. O pagamento, contudo, não dizia respeito à venda de gado, e sim de repasse de propina para o grupo.

Em depoimento à Polícia Federal, o ex-deputado admitiu que não fez nenhuma entrega de gado à JBS referente à emissão das notas fiscais.

Após dois anos de investigações, Osvane Ramos foi indiciado pelo crime de lavagem de dinheiro com mais de 20 pessoas que, segundo ‘Relatório Conclusivo de Polícia Judiciária’, integram a organização criminosa chefiada por Reinaldo Azambuja. O governador nega tudo e diz que o indiciamento causou ‘estranheza e indignação’.

A reportagem tentou contato telefônico documentado com Osvane Ramos para comentar o indiciamento pela Polícia Federal, mas não obteve retorno até o momento. O inquérito 1190 tramita há mais de dois anos, mas o  não se manifesta sobre o andamento porque as investigações correm sob sigilo.


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