26/10/2020 às 11h50min - Atualizada em 26/10/2020 às 11h50min

Em 2020, eleitorado de MS está mais velho, mais estudado e ‘menos casado’

Mudanças no perfil dos votantes de Mato Grosso do Sul podem influenciar nos índices de abstenção e nas escolhas dos representantes

 

O perfil do eleitorado de Mato Grosso do Sul mudou em quatro anos, apontam as estatísticas do  (Tribunal Superior Eleitoral). As oscilações nas características da massa votante podem incidir nos índices de abstenção, e até mesmo influenciar na escolha dos representantes na prefeitura e Câmara de Vereadores.

A fatia de votantes com mais de 60 anos cresceu e hoje responde por quase um quinto do total. Segundo o , 368,8 mil eleitores estão neste nicho em Mato Grosso do Sul, salto de 16,5% (ou 53,3 mil pessoas) em relação às eleições de 2016.

Doutor em Ciência Política, o professor do curso de Ciências Sociais da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Daniel Estevão Ramos de Miranda, associa a mudança à possibilidade de aumento nos índices de abstenção. 

 

Por lei, o voto não é obrigatório para quem tem mais de 70 anos. Mato Grosso do Sul tem 155,3 mil votantes nesta faixa.

‘Time dos casados’ aumenta

Outro perfil que aglutinou mais eleitores em 2020 é o dos casados, com 140,8 mil novos votos se comparado com 2016. São 706 mil pessoas na categoria, um terço dos 1,932 milhão de votantes no Estado.

Assim, a representatividade dos solteiros entre os eleitores caiu – de quase dois terços (64,4%) dos aptos ao voto há quatro anos, para pouco mais da metade (53,6%) em 2020.

Para o professor da UFMS, um eleitorado “mais casado” pode ter impactos “sobre a importância de determinadas demandas típicas de famílias”. Ou seja, vagas em creche, reabertura das escolas e pediatras disponíveis nas unidades de  podem pesar mais.

Por outro lado, Daniel Estevão de Miranda não crê que a mudança influencie na escolha por candidatos que se pautam pelo conservadorismo nos costumes. Com base nas eleições que escolheram Jair Bolsonaro (sem partido) como presidente em 2018, ele pontua que a campanha e o jogo de marketing falam mais alto que o próprio perfil do político.

“Fernando Haddad (à esquerda) e Geraldo Alckmin (à direita) eram candidatos com ‘família tradicional’ (casados, heterossexuais, etc.), enquanto Bolsonaro já estava no terceiro casamento, declarando que, apesar de ter casa em Brasília, não abria mão do apartamento funcional porque o usava para ‘pegar gente’. Mesmo assim, qual candidato foi associado, com sucesso, à pauta moral e de costumes? Bolsonaro”, afirma.

Evolução

Já no quesito grau de instrução, os números do  indicam uma evolução entre os eleitores de Mato Grosso do Sul. A massa de votantes que não completaram o  perdeu 104,5 mil pessoas. Assim, passou de um terço dos eleitores em 2016 para pouco mais de um quarto (26,7%) este ano.

A parcela com Ensino Médio completo ganhou reforço de 142,7 mil votantes este ano. Por outro lado, o bolo com diploma universitário mais que dobrou em relação a 2016, com 154 mil novos eleitores.

 

Ramos de Miranda liga a graduação no Ensino Superior com a possibilidade de melhores condições de emprego. “Mudar de trabalho e, eventualmente, de patamar de renda pode ter impacto sim sobre a visão que a pessoa tenha sobre política”, analisa.

O primeiro turno das eleições municipais será no dia 15 de novembro. Onde necessário, o segundo turno está marcado para o dia 29 do mesmo mês.


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