A influência das mídias digitais no processo eleitoral cresceu e se transformou em ferramenta importante para as campanhas políticas. Em contrapartida, também pode trazer complicações com as fake news. Para compreender essa relação, o Centro Universitário Salesiano de São Paulo - UNISAL conta com um professor que pesquisa essa temática.
Coordenador do curso de Publicidade e Propaganda da instituição de ensino na Unidade Americana, campus Maria Auxiliadora, Duílio Fabbri Júnior é doutor em Discurso Político. Com a proximidade de mais uma eleição no Brasil, o professor aprofunda os estudos sobre as campanhas eleitorais e as notícias falsas.
Durante a análise, os candidatos devem incluir cuidados especiais em relação à circulação das notícias falsas. Além das estratégias corriqueiras de marketing político e eleitoral, é preciso criar formas de monitoramento e, principalmente, de ação imediata diante de relatos inverídicos que possam comprometer a imagem da pessoa na disputa.
O conceito de fake news aborda a propagação de mentiras em forma de notícia jornalística para confundir a população sobre projetos e ideias. No caso das eleições, grupos chegam a utilizar robôs para difundirem conteúdos que prejudicam os adversários políticos. Isso ocorre porque a informação on-line ganhou mais destaque do que a divulgada pela mídia tradicional, ainda mais com a facilidade de acesso e a velocidade na distribuição.
"A mentira sempre foi uma estratégia antiética utilizada por candidatos e governantes. No entanto, atualmente, o poder das informações falsas é maior por causa da facilidade de difusão da internet e do poder das redes sociais digitais", pondera Fabbri Júnior.
O cuidado com a circulação de fake news e o próprio conceito de desinformação justifica-se nesta eleição. Um estudo realizado pela organização Transparência Internacional em 2019 mostra que quatro em cada cinco brasileiros acreditaram que notícias falsas foram disseminadas para influenciar os últimos processos eleitorais.