A falta de leitos clínicos e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) continua preocupando a Secretaria Estadual de Saúde (SES), em meio ao aumento de casos e internações por Covid- em Mato Grosso do Sul.
Secretário de Saúde, Geraldo Resende, reafirmou que o governo já chegou ao limite da expansão de leitos e que o principal problema é a falta de recursos humanos.
“Felizmente a época da falta de ventiladores pulmonar, de monitor, de bomba de infusão, de insumos passou. Temos em quantidade suficiente, agora nos faltam espaços em hospitais e profissionais da área da saúde”, disse.
O número de internações teve aumento de mais de 80% em menos de um mês e os hospitais já operam na capacidade máxima de atendimento.
São 468 pessoas internadas em hospitais públicos e privados do Estado para tratamento da Covid.
“Se levarmos em consideração o que a literatura diz - que de cada 100 casos, cinco irão precisar de internações, sejam leitos clínicos ou de UTIs -, infelizmente nós não vamos ter esses leitos, chegamos na nossa capacidade máxima e fizemos tudo o que foi preciso em Mato Grosso do Sul”, afirmou o secretário.
Outro problema enfrentado pelo sistema de saúde é que as internações por Covid-19 costumam durar semanas e, em alguns casos, meses, o que diminui ainda mais a rotatividade de leitos.
Devido a falta de UTIs, há pacientes que aguardam vagas nas alas vermelhas dos hospitais.
“Muitos estão internados, alguns entubados, aguardando por uma vaga, que às vezes libera porque pessoas foram a óbito”, reafirmou Resende.
Para tentar suprir a falta de médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e outros profissionais que precisam estar nas UTIs para o manejo dos pacientes, a SES abriu processos seletivos, mas a procura é baixa, segundo Resende.
“Temos processo em andamento de contratação temporária, mas abre 60 vagas, aparece 40 e dos 40 que se apresentam para o trabalho, alguns desistem ao longo da jornada que é muito exaustiva”, explicou o secretário.
Nesta sexta-feira (18), Mato Grosso do Sul ultrapassou a marca de duas mil mortes por Covid-19, com 16 óbitos nas últimas 24 horas.
Também foram confirmados 1.076 novos casos novos, totalizando 119.079 desde o início da pandemia. Deste total, 102.309 estão sem sintomas e já estão recuperados e 14.761 estão ativos.
“Nós precisamos frear esse crescimento. Faltam 15 dias para terminar 2020, janeiro pode ser o mês mais crítico, e talvez o pior mês do Brasil e de Mato Grosso do Sul, se não tivermos a colaboração de todos”, concluiu o secretário de Saúde