28/12/2020 às 11h08min - Atualizada em 28/12/2020 às 12h20min

Exame de medicina nuclear pode ajudar na erradicação do câncer de colo do útero, doença que mata, só no Brasil, mais de oito mil mulheres por ano

Capaz de identificar de forma precisa a presença do HPV, principal causador da doença, os exames nucleares, como o captura híbrida, possibilita o diagnóstico precoce do quarto tipo de câncer mais comum entre as mulheres

DINO
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O câncer de colo do útero é o quarto tipo mais comum da doença entre as mulheres, em todo o mundo. Anualmente, são diagnosticados aproximadamente 570 mil novos casos, levando a 311 mil mortes. No Brasil, estima-se que haja mais de 16 mil novos casos e 8 mil mortes, somente este ano. Por ser considerado um tipo de câncer previsível, a OMS (Organização Mundial da Saúde) lançou neste mês de novembro uma campanha global inédita, com a participação de 194 países, para a erradicação da doença.

Entre as medidas previstas pela estratégia global estão a vacinação contra o HPV (principal agente causador desse tipo de câncer), o rastreamento com exames preventivos e a disponibilização de tratamento para todas as mulheres. A campanha de vacinação, já prevista por meio de ações em todo o país, alcança meninas entre 9 e 14 anos e meninos de 11 a 14 anos, o que pode estar contribuindo para a redução de casos de contaminação por HPV, mas ainda não é completamente eficiente, já que o poder de prevenção da vacina é focado apenas nas variações mais comuns do vírus.

Além da vacina, outra medida importante para conter a incidência desse tipo de câncer é a realização dos exames preventivos, que devem ser feitos regularmente pelas mulheres. Embora o Papanicolau – ou citologia oncótica – seja o mais pedido pelos médicos no Brasil, sua eficácia da detecção precoce tem sido questionada quando comparada à de outros métodos de testagem molecular, como a Captura Híbrida.

O Papanicolau detecta alterações das células do colo do útero, porém, é necessário que a lesão já esteja estabelecida para ser identificada, ou seja, o teste pode ser falho ao diagnosticar as formas iniciais da lesão, assim como as lesões com rápida progressão, podendo gerar resultados falsos negativos. Por outro lado, a Captura Híbrida é um teste mais sensível, pois detecta o material genético (DNA) do vírus HPV e, por isso, não é necessário que a lesão já esteja estabelecida para ser detectado.

De acordo com o médico ginecologista livre-docente da UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo), Dr. Sérgio Mancini Nicolau, o Papanicolau possui um limite e deixa de identificar aproximadamente 50% dos casos de câncer em estágio inicial. “O teste molecular é muito mais eficaz e apresenta um custo efetivo que deve ser considerado. Estudos demonstraram que mais de 80% das mulheres já apresentavam o HPV, após cinco anos de início da vida sexual. É uma infecção transitória em 90% dos casos, porém, naquelas que persistem, é grande a chance de desenvolver o câncer de colo do útero. A realização da Captura Híbrida em mulheres acima dos 25 anos pode trazer inúmeros benefícios para a população e para o país”, declara o especialista.

O índice de sucesso da Captura Híbrida pode ser comprovado mundialmente. Ele permite identificar 18 tipos do HPV, divididos entre os 5 de baixo risco e os 13 de alto risco oncológico. “A testagem molecular existe há mais de vinte anos e está entre os testes mais utilizados pelos médicos para rastreio genético do HPV. Até hoje, mais de 100 milhões de mulheres já foram testadas globalmente. Além disso, temos estudos clínicos que, ao serem somados, já testaram mais de 1 milhão de mulheres em todo o mundo. Dessa forma, temos uma vasta literatura científica apontando os benefícios da Captura Híbrida. Vale ressaltar que esse é um teste robusto, possui diversos controles e calibradores, o que garante um resultado confiável”, aponta Paulo Gropp, vice-presidente da QIAGEN na América Latina – multinacional alemã especialista em tecnologia para diagnóstico molecular.

Considerado o teste referência para rastreio do câncer de colo do útero, a detecção precoce pela Captura Híbrida evita um tratamento mais agressivo, exigido para os casos de câncer e que afeta a questão psicológica da mulher e de toda a família, afastamento do trabalho e relacionamento social. Além disso, possibilita uma redução de custos na rede de saúde, uma vez que a eficiência da prevenção diminui os casos de câncer e a necessidade de tratamento. A partir de um resultado negativo, a recomendação de novo rastreio é a partir de cinco anos.



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