02/03/2021 às 09h39min - Atualizada em 02/03/2021 às 09h39min

O Procon quer colaborar com a investigação sobre a formação do cartel de combustíveis

O Ministério Público abriu o inquérito para apurar a possível combinação de preços pelas distribuidoras

Procon quer notas fiscais de compra de pacotes junto às distribuidoras - Divulgação

A Superintendência para Orientação e Defesa do Consumidor (Procon-MS) quer colaborar com a investigação do Ministério Público Federal de Mato Grosso do Sul que apura a formação do cartel pelas distribuas de combustíveis. 

De acordo com o Procon, entidade não pode investigar por conta própria, mas pode auxiliar com fornecimento de documentos.

“Quando é da distribuidora para os postos, juridicamente, não autonomia, porque não está fazendo revenda para o consumidor final. Temos espaço jurídico entre postos e consumidor final ". 

"O Procon fica extremamente feliz com a investida do Ministério Público, vamos disponibilizar para o promotor todas as provas. Vou informar ainda ao promotor, mas temos notas fiscais de compra de gasolina, etanol e diesel dos postos de junto aos distribuidores", informa o titular do Procon-MS, Marcelo Salomão.

Acompanhe as últimas notícias

Salomão ainda reforça que a superintendência tem atuado no que diz respeito à relação de consumo. 

Na semana passada, o Procon notificou o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniências de Mato Grosso do Sul (Sinpetro-MS) para explicar o aumento nos preços do etanol.

“Nós podemos adentrar na relação de consumo quando afetado diretamente ao consumidor, por isso pegamos tanto no pé dos postos de gasolina”, ressaltou o superintendente.

Sobre as investigações, o Sinpetro-MS também disse estar à disposição da Justiça. 

“Esse é um procedimento normal do MPF: se solicitarem informações ao nosso segmento, também informaremos”, afirmou o diretor do sindicato, Edson Lazarotto.

PROCEDIMENTO

Conforme adiantado pelo Correio do Estado na edição de ontem, Ministério Público Federal de Mato Grosso do Sul investiga a formação do cartel pelas distribuidoras de combustível que atuam no Estado. 

A conversão do procedimento preparatório, que já estava em andamento na Procuradoria da República no Estado de Mato Grosso do Sul, foi confirmada no dia 4 de fevereiro.

O procedimento teve origem na solicitação feita pela Assembleia Legislativa, a do deputado Cabo Almi (PT) e também em ofício assinado pelo presidente da Casa de Leis, deputado estadual Paulo Corrêa (PSDB).

Em ofício, os deputados independentes o seguinte argumento: “Possível combinação de preços (crime contra a ordem econômica) das distribuições de critérios e possível aplicação incorreta do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o valor do combustível comercializado ), causadores de prejuízos a toda coletividade dos consumidores sul-mato-grossenses ”.

O MPF já solicitou informações à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), para que envie as planilhas com os preços praticados pelos postos e distribuidoras de tarifas que atuam no Estado.

Como a representação foi feita em 2020, época em que havia redução do preço dos pacotes nas refinarias, o objetivo da investigação é o seguinte: “Verificar a notícia da existência de indícios de suposta combinação de preços das distribuições de tratados no Estado de Mato Grosso do Sul, no período de 2019/2020, ao supostamente não repassarem a redução nos preços de tratados praticados nas refinarias ”.

O Correio do Estado apurou que uma investigação pode identificar uma prática de combinação de preços na alta ou na baixa dos valores praticados pelas refinarias. 

O inquérito é conduzido pelo procurador da República Pedro Paulo Grubits Gonçalves de Oliveira.


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Envie Matéria pelo Whatsapp
Atendimento
Precisa de ajuda? fale conosco pelo Whatsapp