15/03/2021 às 17h38min - Atualizada em 15/03/2021 às 17h38min

Jamil Name e Jerson Domingos viram réus por planejarem atentado contra delegado e promotores

No total, seis pessoas foram denunciadas por atrapalharem investigações contra milícia

Correio do Estado
Jerson Domingos já foi preso em outra fase da Omertà - Foto: Bruno Henrique / Arquivo / Correio do Estado

Jamil Name, o filho dele, Jamil Name Filho, o conselheiro do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul (TCE), Jerson Domingos, e outras três pessoas viraram réus por impedirem e embaraçarem investigações criminosas, com agravante de emprego de arma de arma de fogo.

Name e Name Filho também tiveram o agravante por exercerem o comando da organização criminosa.

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Conforme a denúncia do Ministério Público Estadual (MPMS), os Name, com auxílio do ex-guarda-municipal Marcelo Rios e do policial civil Vladenilson Daniel Olmedo, todos presos na Penitenciária Federal de Mossoró, determinaram e colocaram em execução atentado contra autoridades envolvidas na Omertà.

Delegado titular do Garras, Fábio Peró, promotor de Justiça do Gaeco, Tiago Di Giulio Freire e o  defensor público Rodrigo Antônio Stochiero seriam os alvos.

Objetivo era impedir a investigação contra a milícia armada, apontada como responsável por diversos crimes de pistolagem.

O plano foi descoberto quando agente penitenciário de Mossoró encontrou um papel na cela, onde estava detalhado o possível atentado.

Segundo testemunha, esses bilhetes eram repassados de cela em cela até chegar aos acusados e envolvidos na milícia. Essa era a forma de comunicação da quadrilha.

Ainda segundo a denúncia, advogados dos acusados levariam as ordens para Jerson Domingos e Cinthya Name Belli, sobrinha de Name, que seriam responsáveis pela logística para que o plano fosse colocado em prática.

 

“Neste ponto, cabe destacar, de logo, que a suposta participação dos acusados que não se encontram(vam) recolhidos na Penitenciária Federal de Mossoró está embasada no depoimento de testemunha indireta ou testemunha de "ouvir dizer", restando um pouco mais frágil, neste ponto, o valor probatório de seus relatos, tendo em vista que não teria tido nenhum contato com estes acusados, mas apenas ouvido/lido outras pessoas referirem-se a eles”, diz a denúncia.

No entanto, como há indícios de que Jerson Domingos e Chinthya Name integram a organização criminosa, este fato corrobora com a versão da testemunha.

Em junho do ano passado, ambos foram alvos da Operação Omertà - Armagedon. Na investigação, o Gaeco e os policiais do Garras apontaram que Jerson Domingos era suspeito de levar adiante plano para executar o titular do Garras, Fábio Peró, e também promotores de Justiça.

Outro fato que corrobora é o de Jerson Domingos estar no Rio de Janeiro na mesma época da apreensão do bilhete e de relatórios apontarem indícios de que o conselheiro acompanhava de perto as movimentações de outros integrantes da organização criminosa.

Já Cinthya seria uma das pessoas de confiança de Name e ocupava função relevante na organização, sendo responsável pela gestão financeira, tendo procuração para atuar no nome do tio.

Dessa forma, Jerson Domingos seria o responsável para contratar criminosos para executar o atentando, enquanto Cinthya forneceria os valores necessários para tanto.

"Mostra-se plausível, ao menos neste momento processual, que Cynthia Name e Jerson Domingos, devido às funções que ocupariam, em tese, na organização criminosa armada, possam ter atuado de forma a dar continuidade ao suposto plano mencionado pela testemunha", diz o MPMS.

Juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal de Campo Grande, aceitou a denúncia e deu o prazo de 10 dias para que os acusados apresentem respostas a acusação.

Dois advogados dos acusados que estão presos também foram denunciados, mas a denúncia foi rejeitada pois o magistrado não vislumbrou indícios de que tenha havido participação de ambos no caso.

Fragmentada em várias etapas, a Operação Omertà já teve seis fases. A operação investiga a facção criminosa comandada por Jamil Name e acusada de vários crimes em Mato Grosso do Sul. Ele já está preso, no presídio federal de Mossoró (RN), ao lado do filho, Jamil Name Filho, e outros integrantes do grupo de extermínio. 


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