O deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT) protocolou na tarde desta quinta-feira (8) um projeto de lei que tem o objetivo de incluir a categoria de jornalistas e profissionais da imprensa como grupo prioritário da vacinação contra a Covid-19.
No documento, o parlamentar justifica a medida dizendo que a categoria já foi reconhecida pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como serviço essencial e, desde então, profissionais da área estão na linha de frente contra a desinformação em relação à pandemia.
“além de estarem no front da batalha contra a desinformação, repórteres, cinegrafistas, radialistas, fotógrafos e outros profissionais estão enfrentando condições de trabalho difíceis, ditadas pelo risco de contágio e pelo isolamento social, agregado ao fato de que estão sendo duramente golpeados com constantes ataques e agressões”, ressaltou.
E outro trecho, a legislação traz luz a uma estudo feito pela por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde aponta que relatam que a classe jornalística está entre as profissões que estão mais expostas ao coronavírus, aparecendo com 52% de chance de contágio.
Já a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), aponta que o Brasil é o país com maior número de jornalistas mortos pelo novo coronavírus no mundo.
De acordo com levantamento elaborado pelo Departamento de Saúde da entidade, a partir de notícias e de acompanhamento pelos Sindicatos da categoria no país, 169 jornalistas morreram entre abril de 2020 e março de 2021 no país.
Apenas nos três primeiros meses deste ano, 86 casos fatais foram registrados.
Um aumento, até agora, de 8,9% de mortes em comparação com 2020. A média diária de óbito dos profissionais por mês no ano passado foi de 8,5. Em 2021, essa média alcança 28,6 mortes. É como se um jornalista morresse por dia no Brasil.
Em Mato Grosso do Sul, o jornalismo já perdeu nomes como Denilson Pinto, Hermano de Melo e Guilherme Filho.
A redação do Correio do Estado também sofre o luto do fotojornalista Valdenir Rezende, que trabalhou por toda sua vida no jornal. Além da editora de Economia Súzan Benites que perdeu o pai, mãe e irmão para a doença.
“Estar do outro lado como notícia nunca passou pela minha cabeça e, sem dúvidas, tem sido a parte mais difícil”, conta Benites.