30/04/2021 às 13h26min - Atualizada em 30/04/2021 às 13h26min

Escassez de oferta de carros novos aumenta a demanda e valoriza usados

A comercialização das categorias seminovos e usados ​​aumentou 32% em um ano, enquanto os veículos zero-quilômetro tiveram queda de 8% no mesmo período

PROCURADOS. Os veículos mais vendidos no mês passado foram os carros com idade de fabricação entre quatro e oito anos - Foto: Álvaro Rezende / Correio do Estado

Desde o início da pandemia da Covid-19, as montadoras reduziram a produção de veículos novos. 

Com isso, o mercado de seminovos e usados ​​registrou crescimento nas vendas e valorização dos preços.  

Segundo a Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), em Mato Grosso do Sul, a venda de veículos seminovos e usados ​​cresceu 32,2% em um ano. 

Em março de 2021, foram comercializados 15.776 veículos, ante os 11.929 vendidos no mesmo mês em 2020.

O aumento da demanda dos carros de segunda mão pode ser explicado pela falta de modelos novos e pela crise econômica em decorrência da pandemia.  

De acordo com o doutor em Economia Michel Constantino, uma indústria nacional de carros, assim como todas as outras, perdeu a logística. 

Muitos lugares que pararam de produzir e outros lugares pararam de entregar.  

“A produção de carros diminuiu 99% lá em março de 2020 e quase zerou a produção. O que fez com que uma oferta nacional diminuísse. E o consumo diminuiu bastante. De 2020 até agora, a produção ainda não chegou ao mesmo patamar de antes da pandemia. E assim como pessoas configuradas a comprar mais carros usados ​​”, explica Constantino.  

Segundo o Monitor de Variação de Preços (MVP) da KBB Brasil, empresa especializada em pesquisa de preços de carros novos e usados, os modelos 0 km têm reajuste médio de quase 2% em março.  

Para veículos seminovos, variação passada de 4% da média, enquanto os carros usados ​​atingiram 5% de acréscimo médio de preços.

 

DEMANDA

Ainda conforme a Fenauto, não comparativo entre os meses de fevereiro e março, as vendas no Estado foram menores. 

Em fevereiro, as revendedoras de veículos comercializaram 16.444 automóveis, 4% a mais do que em março.  

A média diária de vendas de 686 automóveis nos dias úteis de março, menor do que no mês imediatamente anterior (20,7%) e 26% maior que a média do mesmo mês do ano passado (542).

No acumulado dos primeiros três meses de 2021, foram 48.633 veículos, crescimento de 18,8% ante os 40.953 vendidos no mesmo período em 2020.

De acordo com o gestor da Teca Automóveis, Felipe de Carvalho, desde o ano anterior a comercialização de veículos seminovos está em alta.  

“Em relação ao mercado de seminovos, em 2020 e 2021 como vendas estão excelentes. O que atrapalha um pouco é a falta de veículos para compra, mas, de resto, a demanda está muito boa ”, afirmou ao Correio do Estado.  

 
 

MAIS VENDIDOS

Os veículos mais vendidos no mês passado foram os usados ​​com idade de fabricação entre quatro e oito anos. 

Foram 5.231 unidades negociadas neste ano, antes de 4.658 no mesmo período de 2020, crescimento de 12,3%.

Na sequência, os veículos com idade a partir de 13 anos foram 4.026 unidades em 2021, contra 2.704 no ano passado, aumento de 48,9%.  

Os usados ​​com idade entre nove e 12 anos ampliaram as vendas em 50,5%, saindo de 2.647 unidades em 2020 para 3.985 em 2021.  

Os seminovos, entre zero e três anos de uso, também registraram crescimento de 32% - no ano passado, foram vendidos 1.920, e neste ano, 2.534.

 

DIFICULDADE

Apesar do resultado positivo em março, a Fenauto prevê dificuldades em função do agravamento da pandemia. 

A perspectiva da entidade é de que, dependendo da situação da pandemia, pode ocorrer queda nas vendas.

Em março, foram comercializadas 1.237.030 unidades em todo o País, contra 1.188.275 no mês anterior. 

O total acumulado em 2021, de 3.587.362 veículos, é 14,1% maior do que o mesmo período de 2020 (quando foram produzidos 3.143.699 vendas).

“Tivemos um resultado razoavelmente bom no mês de março, pois a evolução do setor vinha sendo contínua. Mas o agravamento dos casos de Covid-19 e a parada na produção de veículos por parte da maioria das montadoras ainda devem trazer dificuldades para o nosso segmento nas próximas semanas. Esperamos que, com o avanço da vacinação, a situação retorne à normalidade o mais breve possível ”, considerado o presidente da Fenauto, Ilídio dos Santos.

O doutor em Economia ainda explica que, com a produção menor e o preço maior dos veículos novos, os usados ​​também tendem a sofrer reajustes.  

“Os preços dos seminovos baixos e agora também definidos a subir, com o aumento da procura por esses carros usados. A tendência é de que os preços dos carros usados ​​continua aumentando aos poucos, dependendo da demanda ”, analisa Constantino.  

 

NOVOS

Enquanto os veículos usados ​​registraram aumento, os carros zero-quilômetro registraram queda nas vendas.  

Levantamento da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) aponta que em março de 2021 foram comercializados 1.509 veículos novos em Mato Grosso do Sul, queda de 8,6% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram vendidos 1.651.

Na comparação com o mês de fevereiro deste ano, a queda é de 13,5%. No segundo mês, foram comercializados 1.745 veículos.  

Para o economista, o investimento nos seminovos e usados ​​tem valido a pena. 

“O investimento hoje no carro usado é o mais adequado, porque os preços dos veículos novos estão bem elevados”, conclui Michel Constantino.


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