14/06/2021 às 09h27min - Atualizada em 14/06/2021 às 09h27min

Saca do milho dobra de preço em Mato Grosso do Sul

Com aumento da demanda e queda na oferta, a saca do milho mais do que dobrou de preço no Estado.

Colheita deve ser 15% menor em relação ao ano passado - Arquivo

Mato Grosso do Sul projeta uma colheita mais enxuta na segunda safra 2020/2021. Com longo período de estiagem, a oferta do grão deve ser menor em todo o País. 

Com aumento da demanda e queda na oferta, a saca do milho mais do que dobrou de preço no Estado.

Conforme o boletim Casa Rural, elaborado pela Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Sistema Famasul), nas primeiras semanas de junho, o preço médio da saca com 60 kg do cereal era de R$ 85,75, alta de 129,95% em relação ao valor médio de R$ 37,29, no mesmo período de 2020.  

Os preços do cereal estão sustentados pela valorização no mercado internacional. “Os vendedores e compradores estão cautelosos na realização de negócios e de olho no resultado da safra. 

A comercialização antecipada praticamente inalterada em relação à semana anterior mostra que os produtores estão com foco no acompanhamento das lavouras”, detalha o relatório.

Ainda segundo o documento, as cotações não significam que o produtor esteja recebendo efetivamente os valores. “Uma vez que há uma escassez de estoques de milho com o produtor neste momento”, avalia o boletim técnico.

As projeções para a colheita do milho safrinha ficaram menores.

 

Conforme estimativa do Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (Siga MS), a projeção é colher 9,013 milhões de toneladas de milho. Queda de 15% em relação ao ciclo anterior, quando a safrinha atingiu 10,618 milhões de toneladas.  

A área plantada, no entanto, apresenta crescimento de 5,7% em relação ao ano anterior. Na safrinha 2019/2020, a área semeada foi de 1,895 milhão de hectares, a estimativa para a safra atual é de 2,003 milhões de hectares.

Enquanto a produtividade estimada é de 75 sacas por hectare, ante as 93 sacas por hectare colhidas no ciclo passado.

 
 

CHUVAS

Mesmo com as chuvas, algumas regiões, como sul e sudeste, já possuem 79% e 59%, respectivamente, dos cultivos classificados como “ruins”. A área de milho está sendo revisada pelo Siga e até o período de colheita será divulgada a confirmação da área plantada do Estado.

“Em algumas lavouras do Estado já podemos verificar a perda total por conta da estiagem e a queda de granizo. Alguns produtores já planejam gradear a cultura do que colher, haja vista que o custo com a operação das máquinas sem perspectiva de produção inviabiliza a continuidade do cultivo”, avalia o relatório.

As regiões oeste, centro, sul e Sudeste possuem as piores condições das lavouras, juntas representam mais da metade da área plantada do Estado.  

 

O alerta de falta de chuvas para os próximos meses preocupa o setor. O prognóstico de precipitação acumulada indica que em junho são previstos até 130 mm de acúmulo e em julho até 80 mm.

“A precipitação indicada é menor do que a demanda hídrica exigida pela cultura no desenvolvimento do seu ciclo”.

O titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, disse que o alerta de crise hídrica aponta para um período ainda mais seco.

“Com a falta de chuvas, já temos consolidada uma perda de 30% na safra de milho que está prevista para este ano. Essa é uma consequência imediata da crise hídrica”, explica Verruck.

 

NACIONAL

Na semana passada, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou o nono levantamento da safra de grãos 2020/2021. A estimativa é de que a produção atinja 262,13 milhões de toneladas de grãos no País.

As condições climáticas adversas registradas durante o cultivo da segunda safra afetaram as estimativas de produtividade nas lavouras.

 

A estimativa é de que a produção total de milho chegue a 96,4 milhões de toneladas no Brasil, sendo 24,7 milhões de toneladas na primeira safra, 69,9 milhões na segunda e 1,7 milhão na terceira, uma redução de 6% na comparação com o ano anerior.  

“A queda esperada se deve, sobretudo, ao retardamento da colheita da soja e, em consequência, o plantio de uma grande parte da área do milho segunda safra fora da janela indicada”, pontua a entidade.


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