Assassinatos, tortura, tráfico de drogas. Estes são alguns dos crimes cometidos por brasileiros nascidos em Mato Grosso do Sul que passaram a integrar a lista da Interpol - Organização Internacional da Polícia Criminal - onde estão 7.666 dos mais procurados do mundo.
Nomes que vão parar na lista da Interpol, em geral, referem-se a pessoas com mandados de prisão em aberto - julgadas ou não por seus crimes - que podem ser presos por qualquer força policial dos 190 países que integram a organização, fundada em 1923 e sediada em Lyon, na França. No Brasil, a Polícia Federal é a representante da organização e responsável pela comunicação dos foragidos.
Ao todo, a lista tem 92 brasileiros, conforme o levantamento mais recente. Destes, 8 são sul-mato-grossenses - a maioria de Ponta Porã, a 346 quilômetros da Capital, na região da fronteira com o Paraguai. A região é fronteira seca do país e tornou-se corredor do tráfico de drogas e de armas, por onde entram maconha, cocaína e armamento, que municiam o tráfico nos maiores centros urbanos do país. Todavia, os mandados de prisão pelos quais os procurados são considerados foragidos podem ter sido emitidos por outros Estados.
Na lista dos 8 sul-mato-grossenses estão: Ramão Anacleto Brites Davalo, de Aral Moreira; Marcela Pavão Palácios, de Campo Grande; Maria Ivonete, de Bandeirantes; e, de Ponta Porã, Jacinto Mareco Argelho, Carlos Alberto, Paulino Mário Soares Rezende, Juanil Miranda Lima e Marcial Adario Acosta.
Freires e Juanil teriam sido contratados por Marcelo Rios - que está preso em Mossoró - para matar o ex-policial federal Paulo Xavier, após ordem do empresário Jamil Name, devido à proximidade do militar com o advogado Antônio Augusto de Souza Coelho. A ordem seria motivada por um desacordo comercial da venda de propriedades rurais. Todavia, em 9 de abril de 2019, Matheus foi morto no lugar do pai.
Lista nacional
Além da famosa lista da Interpol, o Brasil também dispõe de sua própria relação de foragidos. trata-se da Lista de Procurados Nacional, organizada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, e que reúne criminosos com mandados de prisão em aberto, a partir de metodologia elaborada pelo Ministério.
Segundo a pasta federal, para atender aos critérios de integrar a lista brasileira, algumas premissas são necessárias, além do mandado de prisão em aberto: os criminosos precisam ter envolvimento em crimes graves e violentos; participação direta ou indireta em organização criminosa; não constar na Lista da Interpol (Difusão Vermelha); dentre outras. Todavia, vale lembrar que Juanil Miranda consta em ambas.
A Ministério destaca que os indivíduos da Lista de Procurados Nacional "são perigosos e de alto risco", recomendando-se "o acionamento das forças policiais para efetuarem as prisões" (colaborou Guilherme Cavalcante).