O Ministério da Saúde recomendou a suspensão da vacinação contra Covid-19 de adolescentes de 12 a 17 anos sem comorbidades no país. A recomendação surgiu em uma nota técnica divulgada nesta quarta-feira (15). Passa a ser recomendada a vacinação nesta faixa etária somente em adolescentes que apresentem deficiência permanente, comorbidades ou que estejam privados de liberdade.
A determinação ocorre apesar da autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) do uso da vacina Cominarty (Pfizer/Biontech) nesta faixa etária, mesmo sem comorbidades.
A CNN questionou também se a nova recomendação tem como motivação a garantia de imunizantes para a terceira dose de idosos, que passaria a ser oferecida pelo Programa Nacional de Imunizações a partir de 15 de janeiro.
Na nota técnica nº 40/2021, a Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 diz ter partido de algumas premissas para fazer a recomendação.
“Destacamos que a orientação da NOTA TÉCNICA 36/2021-SECOVID/GAB/SECOVID/MS estabelecia que os adolescentes sem comorbidades seria o último subgrupo elegível para vacinação e somente vigoraria a partir do dia 15 de setembro. Outrossim, reafirmamos que Estados e Municípios sigam as orientações do Programa Nacional de Operacionalização da Covid-19”, descreveu a nota.
O vice-presidente da CPI da Pandemia, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), propôs nesta quinta-feira (15) que a comissão intime o Ministério da Saúde a justificar os critérios técnicos que basearam a nota informativa.
“Não ser recomendada é diferente de não ser prioritária”, afirma Randolfe.
O senador Otto Alencar (PSD-BA), que é médico, defendeu que o Brasil expanda a vacinação de um grupo maior de pessoas com ao menos uma dose antes de priorizar a dose de reforço.