16/09/2021 às 11h31min - Atualizada em 16/09/2021 às 11h31min

Ícone do blues em MS, Zé Pretim é encontrado morto em seu apartamento

Ele sofria com diabetes e se recuperava de lesões ocasionadas por uma queda recente

Zé Pretim é encontrado morto em seu apartamento - Arquivo/Correio do Estado

O músico José Geraldo Rodrigues, conhecido como Zé Pretim, foi encontrado morto no apartamento em que morava em Campo Grande, na manhã desta quinta-feira (16).

De acordo com a amiga e vizinha do cantor, Ana Cabral, os moradores do condomínio se revezavam para cuidar de Zé Pretim. Ontem a noite (15), uma outra vizinha foi conferir como ele estava, mas ninguém atendeu.

"Hoje ele tinha uma consulta médica marcada. Ai a síndica e essa vizinha foram de novo na casa dele e sentiram um mau cheiro. Abriram a janela para ver se ele estava em casa, e ele estava deitado na cama dele, já morto", explicou.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), a Polícia Civil e a Pax foram acionadas. O corpo foi levado para o Instituto Médico Legal (IML), onde a causa da morte será apurada.

Ainda não há informações sobre o horário do velório e do enterro.

Zé Pretim tinha 67 anos e morava sozinho. Ele sofria com diabetes e se recuperava de lesões ocasionadas por uma queda recente. Deixa um filho, de 23 anos, que mora em Rondonópolis-MT.

"Ele estava com diabetes muito alta. É uma notícia muito triste, agora que ele ia fazer acompanhamento médico. Uma outra amiga que é médica ia fazer a cirurgia dele", lamentou Ana, que também é música.

"Ele tinha 67 anos, mas aparentava ter muito mais, pela história de vida dele, pelas lutas. Perdemos um grande talento, uma judiação", completou.

Natural de Inhapim-MG, o músico fez nome em Mato Grosso do Sul adaptando clássicos da música brasileira e regional à pegada da guitarra do blues, interpretados por sua voz rouca. 

Ele aprendeu a tocar violão sozinho, na roça onde morava. Em 2015, ele se internou no Centro de Apoio a Dependentes em Recuperação Integrada (Cadri), para tratar de problemas químicos.

Depois do período sabático, voltou aos palcos no fim de 2016 e consolidou o retorno com uma apresentação no projeto Som da Concha, em 2017.

Na época, foi entrevistado pelo Correio do Estado, onde disse que não precisava mais exagerar na boemia para fazer blues de qualidade.

“Eu estava sendo covarde com a vida. Agora, depois de tocar para tanta gente, vi que estava com saudade. E, olha, falaram que meu show na Morada dos Baís bateu recorde de público, hein”, disse em 2017.


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