Os livros de ciência recebidos na infância despertaram o interesse de Maycon Zanata, hoje com 30 anos, por raios, trovões, granizos e tornados. À época ele sentia medo desses fenômenos meteorológicos, mas com o passar dos anos foi ficando cada vez mais fascinado até se tornar um caçador de tempestades.
“Eu tinha medo de raio, de vento. Teve uma época que tive trauma porque morava no sítio e as tempestades que passam no sítio, em área aberta são bem mais assustadoras que na cidade. Isso me gerou bastante pânico”, lembra Maycon, ressaltando que, apesar do receio, sempre gostou de estudar sobre o assunto.
Maycon Zanata
Não demorou muito para Maycon deixar a teoria e acompanhar na prática a formação de tempestades. Segundo ele, o lançamento do filme “Twister”, de 1996, serviu de inspiração e motivação.
“Eu comprei uma câmera e passei a estudar fotografia. Me interessei por imagens da natureza, documentários. Passei a fotografar o pôr do sol, paisagens em geral e depois tive a ideia de fotografar tempestades”.
Maycon Zanata
Ele estava na rodovia, voltando de um sítio, quando avistou uma nuvem com relâmpagos. Conseguiu fazer a foto do fenômeno que, até então, só tinha visto em filmes e, de lá para cá, nunca mais parou de fotografar.
Maycon passou a integrar grupos de pessoas interessadas no assunto e conversar também com meteorologistas que fazem previsões de tempestades severas. Em busca das melhores imagens, ele já foi até para outros estados como Santa Catarina e Paraná.
“Faço a organização da minha vida em prol desse negócio. Em busca de encontrar alguma coisa para filmar ou fotografar”.
Maycon Zanata
Hoje, Maycon tem uma coleção de imagens de tempestades severas e já é conhecido por fazendeiros que liberam o acesso das propriedades para ele fotografar.
Para conseguir as imagens ele precisa chegar bem perto das tempestades e agir rápido porque normalmente esses fenômenos duram pouco tempo. Ele disse já ter passado alguns perrengues como ter a lataria do carro amassada ou ver o veículo sendo atingido por granizos, mas, para ele vale a pena.
“Dá bastante adrenalina na hora que você vê aquela nuvem apocalíptica chegando perto de você. Já tomei rajada de vento de chacoalhar o carro, mas depois que você chega em casa e passa a foto para o computador é bem gratificante”.
Maycon Zanata