25/04/2024 às 09h18min - Atualizada em 25/04/2024 às 09h18min

Das mortes no trânsito, 78% eram de pessoas não habilitadas

Especialista da Agetran aponta que a grande maioria dos sinistros que acontecem na Capital são causados por infrações no trânsito, e os jovens motociclitas de 18 a 25 anos são as principais vítimas

KETLEN GOMES

Apenas nesse mês de abril, até o dia 22, quatro pessoas morreram decorrentes de acidentes de trânsito em Campo Grande, de acordo com dados da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran).

Ivanise Rotta, Gerente de Educação para o Trânsito aponta que cerca de 78% dos óbitos têm como fator contributivo pessoas que estavam sem ou com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) irregular. 

Entre as irregularidades, a especialista aponta condutores que não tinham habilitação, ou que estavam com a CNH suspensa ou irregular, e até mesmo, de uma categoria diferente.

Além desse fator contributivo, Ivanise informa ainda que a grande maioria dos acidentes no trânsito são causados por alguma infração, e que a velocidade é o principal fator de risco nesses casos.  

“Não é acidente, o sinistro aconteceu porque alguém desobedeceu. Acidente você não tem controle sobre ele, agora o sinistro de trânsito vem acompanhado de uma infração. Ou quem matou, ou quem morreu cometeu a infração. Ou quem feriu gravemente ou foi ferido, cometeu a infração. Então não acontece do nada, como um vendaval que vem um vento e mata alguém”, relatou a Gerente de Educação. 

Só até 22 de abril deste ano, a Agetran contabilizou 2.241 acidentes na Capital, com 18 óbitos, sendo destes, 14 de motociclistas. Para Ivanise Rotta, os condutores de motos possuem dois fatores que colaboram nessas fatalidades, a velocidade e a vulnerabilidade de um pedestre. 

“Por que que morre mais motociclista? Porque ele estando certo, ele estando errado, ele se envolvendo em acidente ele vai levar a pior, então ele é o nosso grupo de vítimas, ele é o mais vulnerável. O motociclista ele tem a vulnerabilidade de um pedestre, só que ele tem a velocidade associada e o nosso principal fator de risco hoje é a velocidade”, informou Rotta. 

A gerente relata que a engenharia das vias já é pensada e feita para os condutores que vão errar e vão desobedecer às leis de trânsito, e por isso, que a fiscalização é um ponto importante no auxílio do combate aos sinistros, já que ajuda a conter as infrações e evitar os acidentes. 

“Toda Campo Grande, 100%, o máximo é 50 km por hora. Tem lugares que são 40, tem lugares que são 30, mas no máximo na nossa cidade são 50, porque a 50 km por hora você desvia, você freia, caso você bata em um pedestre ou ciclista, ele tem de 80 a 90% de chance de viver, se eu bato a 60 km por hora, a 70 km por hora, ele tem 10% de chance de viver, então 50 km por hora é questão de vida ou morte” frisa a especialista. 

Ivanise relata que a maioria dessas vítimas, além de estarem de maneira irregular no trânsito, também são jovens de 18 a 25 anos, com motocicletas de baixa cilindradas, que estão no deslocamento entre a casa, local de trabalho ou lazer. 

 

Acidentes de Trânsito de janeiro a abril

Acidentes de Trânsito de janeiro a abril

Acidentes de Trânsito de janeiro a abril - Fonte: Agetran

CASOS 

Apesar do número expressivo de 18 mortes no trânsito, o índice de abril pode ser ainda maior, isso porque nessa quarta-feira (24), um motociclista, de 66 anos, morreu ao colidir com um caminhão de combustível. Ele chegou a ser levado para a Santa Casa de Campo Grande, mas não resistiu aos ferimentos graves. 

Nesse caso, a motorista do caminhão aponta que parou na preferencial, que era do motociclista, e ao avançar aconteceu o sinistro. A polícia investiga a causa do acidente.

Já no último domingo (21), uma criança de 3 anos também morreu, ao ser atropelada por um motociclista, que fugiu do local sem prestar socorro, no bairro Paulo Coelho Machado, também na Capital.

Na ocasião, o menino brincava na frente de casa, e familiares relataram que o motociclista que o atropelou estava “empinando” a moto, momentos antes. A criança foi socorrida, mas também não resistiu aos ferimentos.

No entanto, sinistros de trânsito envolvendo infrações e motociclistas não é algo exclusivo da Capital. Na última segunda-feira (22), em Ponta Porã, um delegado da Polícia Federal se feriu gravemente após ser atingido por um carro, que avançou a preferencial.

O delegado estava pilotando uma moto, quando foi atingido por um Santana.  Segundo a PF, o homem que dirigia o veículo estava com um amigo, dono do carro, bebendo momentos antes do acidente e não tinha CNH.

CAMPANHA

No próximo mês inicia o Movimento Internacional Maio Amarelo. Este ano, Ivanise Rotta informa que a campanha é “paz no trânsito começa por você”, e serão realizadas palestras e ações para as pessoas se conscientizarem sobre o seu papel na manutenção da vida no trânsito.

A abertura oficial é na próxima terça-feira, dia 30, nas rodovias do Estado.


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