07/08/2024 às 10h52min - Atualizada em 07/08/2024 às 10h52min

Exportações de carne bovina crescem em MS; saldo chega a R$ 700 milhões em 2024

No comparativo entre o 1º semestre deste ano, com o de 2023, volume financeiro foi 26% maior, e quanta exportada, 46% a mais

Caminhão deixa unidade da JBS da Capital, com contêiner - Foto: Paulo Ribas

Mesmo em um ano de desafios para a precificação da arroba do boi para os pecuaristas, o mercado externo da carne em Mato Grosso do Sul, registra bons resultados no 1º semestre do ano. Conforme dados da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), o Estado acumula crescimento de 26,36% na exportação de carne bovina em movimentação financeira, o que resulta em US$124 milhões (R$ 700,8 milhões, na cotação desta terça-feira, 6) a mais na comparação com o mesmo período do ano passado.

O mesmo se repete no desempenho do volume comercializado para a proteína sul-mato-grossense, onde o aumento foi de 45,247 mil toneladas em relação aos primeiros seis meses de 2023, quando foram enviados 110,321 mil toneladas de carnes e derivados bovinos para fora do país, ante aos 155,568 mil neste ano, acréscimo de 41,01%.

Na esfera nacional, o crescimento da exportação de carne foi de 18,02%, quando comparado com o 1º semestre do ano passado. O valor movimentado com a commodity foi de US$5,822 bilhões, enquanto em 2023 foi de US$4,933 bilhões, US$889 milhões a mais.

Ao se comparar os volumes comercializados no Brasil de janeiro a junho deste ano, a diferença salta para 33,87%, uma vez que em 2024 foram enviados 1,440 milhão de toneladas de carne bovina, contra 1,076 milhão em 2023.

Para o presidente do Sindicato das Indústrias de Frios e Carnes e Derivados do Estado de Mato Grosso do Sul (Sicadems), Sérgio Capuci, o crescimento em Mato Grosso do Sul já era esperado. “O fator principal foi a habilitação de plantas frigoríficas para novos mercados importadores, como as que foram habilitadas para exportar para a China”, justifica.

O especialista em mercado exterior, Aldo Barrigosse atribui o volume maior de ofertas da carne bovina no mercado internacional por parte dos nossos exportadores aos preços mais competitivos, que refletiram em volumes maiores exportados e preço médio de tonelada menor.

“Destaques para as compras da China, Estados Unidos e Emirados Árabes Unidos. Importante dizer que o Brasil é líder em exportações de carne. Lembrando que esses números de exportação vêm firmes desde novembro de 2023 e a expectativa é manter essa crescente para 2024”, analisa Barrigosse.

O economista do Sindicato Rural de Campo Grande, Rochedo e Corguinho (SRCG), completa destacando que a alta nas exportações é uma consequência boa e esperada, diante dos baixos preços internos da carne bovina. “Estamos em um momento econômico onde os preços da proteína estão mais acessíveis em função dos desequilíbrios gerados com o fim da pandemia”, reforça.

Melo complementa lembrando que a pandemia e seus desafios deixaram como herança um excedente muito grande de fêmeas retidas, que por sua vez produziram um excedente de bezerros, que este ano começaram a chegar em idade de abate, o que aumentou substancialmente a oferta de animais prontos para abate.

ARROBA

Desde o início dessa conjuntura baixista para o preço da arroba do boi, que se iniciou em meados de abril de 2023, não vimos grandes momentos de alta nos preços da carne bovina, a exemplo do que ocorreu entre os anos de 2020 e 2022.

Nos últimos meses ocorreu um movimento de oscilação entre altas e quedas pontuais, que situam os preços em patamares muito próximos aos atuais, entre R$ 210 por arroba e os atuais R$ 225 por arroba, conforme dados da Granos Corretora nos últimos dias do mês de julho em MS .

“Com essa relativa estabilidade de preços, em patamares muito competitivos do ponto de vista internacional, conseguimos produzir um escoamento muito forte da produção excedente pela via da exportação, o que é bom para a economia de MS e para o setor, dado que exportações mais fortes ajudam a reequilibrar a oferta de carnes na economia do Estado, levando os preços um pouco mais próximos da realidade que o produtor necessita”, pontua Melo.


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