09/04/2021 às 10h03min - Atualizada em 09/04/2021 às 10h03min

Nova Ferroeste poderá transportar até 35 milhões de toneladas no primeiro ano de funcionamento

Um trem com 100 vagões poderá substituir 357 caminhões com mercadorias

Gabrielle Tavares
Nova Ferroeste poderá transportar até 35 milhões de toneladas no primeiro ano de funcionamento - Divulgação

Estudo preliminar da Nova Ferroeste, malha que ligará Mato Grosso do Sul ao Paraná, promete transportar até 35 milhões de toneladas de mercadorias no primeiro ano de funcionamento.

Os números podem ainda crescer no decorrer do tempo, subindo para 45 milhões em 10 anos, 57 milhões com 20 anos e 72 milhões com 60 anos de atividade.

Os dados foram possibilitados por causa da redução de custos de até 32% ao setor produtivo de Mato Grosso do Sul, depois que foi reduzido a previsão da malha ferroviária de 1.370 km para 1.285 km, gerando economia de R$ 700 milhões.

Onde eram gastos R$ 3,8 bilhões no transporte por rodovias, passará para R$ 2,6 bilhões  pela Nova Ferroeste.

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A proposta de viabilidade, que conta com recursos dos dois estados, será concluída até o final deste ano. Depois disso, será leiloado para concessões de iniciativa privada. Ficará a encargo da empresa ganhadora construir e administrar a nova malha.

“Estamos tratando de um investimento inicial de R$ 20 bilhões de quem assumir a concessão, podendo ser o maior investimento em ferrovia no Brasil. Se trata de um projeto nacional, que demonstrou que nós vamos reduzir 32% dos custos, que seria a diferença de levar esta mercadoria para Paranaguá em um trem, ao invés do caminhão”, explicou o Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck.

Segundo o estudo, um trem com 100 vagões poderá substituir 357 caminhões com mercadorias, já que um vagão “graneleiro” leva 100 toneladas, enquanto um caminhão apenas 28.

O coordenador do Grupo de Trabalho Ferroviário do Estado do Paraná, Luiz Henrique Fagundes ressaltou que poderá haver ainda redução do número de acidentes nas rodovias, já que boa parte da produção que segue pelas estradas mudará para malha ferroviária.

Para o estado do Paraná, a redução de custos será de 23%. “Quanto mais distante do Porto de Paranaguá, mas rentável será usar a malha”, disse Fagundes.

Foi criado um grupo de trabalho chamado “GT Ferrovias MS” para acompanhar os projetos do setor ferroviário em Mato Grosso do Sul. Além da “Nova Ferroeste”, estão no radar do governo estadual os investimentos na Malha Oeste e a Ferronorte.

Ferroeste

Os planos para o funcionamento da malha são de longa data. Em 2011, A Comissão de Viação e Transporte (CVT) aprovou, por unanimidade, emenda  que garantia R$ 2,5 bilhões no Orçamento Geral da União de 2012 para a construção de 1,2 mil quilômetros de trilhos da Ferroeste, para ligar o Estado à região Sul.

Em 2015, a bancada federal sul-mato-grossense fez mais uma tentativa ao incluir no Plano Plurianual (PPA) do Governo federal uma emenda que assegurava R$ 7 bilhões até o ano de 2025 para execução da obra. Para 2016, o grupo pediu ainda R$ 500 milhões no Orçamento da União.

Em 2018, o projeto já estava orçado em R$ 10 bilhões, foi quando o município de Maracaju entrou para a rota da Ferroeste.


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