13/10/2023 às 11h37min - Atualizada em 13/10/2023 às 11h37min

Em apenas duas semanas, outubro já registra o triplo de queimadas no Estado

Com onda de calor e estiagem, Corpo de Bombeiros alerta quanto às condições climáticas favoráveis a novos incêndios em MS

ANA KARLA FLORES
Mato Grosso do Sul tem características peculiares que propiciam a propagação de incêndios - Divulgação

Outubro mal começou, e Mato Grosso do Sul já registra 147 focos de incêndios, grande parte deles no Pantanal. Os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que, até o início deste mês, o número de focos de incêndio no Estado já é mais que o triplo do registrado em igual período em setembro, quando foram detectados 40 pontos de calor.

Tenente-coronel do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso do Sul (CBMMS), Tatiane Dias de Oliveira Inoue fez um alerta quanto às condições climáticas que o Estado enfrenta com as ondas de calor e o impacto das queimadas que ocorrem em diversas regiões.

“As altas temperaturas e a baixa umidade do ar compõem um cenário que facilita a propagação dos incêndios florestais. Por isso, é tão importante ficarmos em alerta. Porque a vegetação, por conta do período de estiagem, encontra-se muito seca, o que facilita a propagação dos incêndios florestais”, advertiu.

De acordo com a tenente-coronel, tanto no meio urbano quanto no meio rural é preciso ficar em observação para que os incêndios não tomem proporções maiores. “E lembre-se: no caso de detecção de incêndios, contate em imediato o Corpo de Bombeiros Militar”, disse.

Tatiane destacou que Mato Grosso do Sul tem características peculiares que propiciam a propagação de incêndios e que, por consequência, dificultam o acesso de brigadistas do CBMMS em algumas regiões.

“Em determinadas propriedades rurais, nós encontramos vastas extensões de terra com baixa densidade demográfica, com pouca estrutura. Considerando essas particularidades, o Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, considerando as áreas mais críticas para a ocorrência de incêndios florestais, reforçou a tropa em algumas cidades, como Coxim, Aquidauana, Miranda e Corumbá, para que tenhamos um tempo de resposta ainda menor e mais efetivo. De fato, já estamos alcançando o resultado com essa distribuição de guarnições extras, principalmente na região do Pantanal”, relatou.

Segundo Tatiane, após as temporadas sequenciais de incêndios florestais severos, o Estado investiu bastante na compra de aeronaves específicas para o combate de incêndios florestais e equipamentos de última geração, além na capacitação dos profissionais do CBMMS e na aquisição de novos equipamentos de proteção individual.

“Tudo tem dado resultado. Neste ano, já nos deparamos com oito grandes incêndios, todos eles com média de combate de até cinco dias, diferentemente de outras temporadas, em que era comum ficarmos 11 dias em uma região de combate, principalmente naquelas regiões de difícil acesso, para podermos alocarmos recursos para esse combate”, explicou.

MAIORES QUEIMADAS

As maiores queimadas já registradas neste ano ocorrem no entorno do Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro, unidade de conservação que serve de refúgio para a fauna pantaneira, e no município de Bonito.

“Estamos atuando em três focos de incêndio no Pantanal. São na região do Paiaguás, onde estamos em monitoramento, e outro próximo a Corumbá, onde estamos com duas guarnições de especialistas em combate a incêndios florestais. O terceiro é na região do Rio Negro. Por lá, estamos com duas guarnições de especialistas, e o grupamento aéreo foi mobilizado para esse combate”, detalhou a tenente-coronel, que também é chefe do Centro de Proteção Ambiental (CPA).

O fogo na região do Rio Negro começou na manhã de domingo, quando duas guarnições de especialistas em combate a incêndios florestais foram deslocadas para o local.

À frente das operações, a tenente-coronel conversou com o Correio do Estado e esclareceu que as condições de estiagem, calor extremo e ventos fortes propiciam o avanço das queimadas. Até o momento, já foram 571 hectares da reserva consumidos pelo fogo.

“Nesse período de estiagem, principalmente quando vai se aproximando do meio-dia até o fim da tarde, essas condições atmosféricas acabam favorecendo a propagação de incêndios florestais, porque a temperatura aumenta e a velocidade do vento também. Fora o desgaste dos combatentes, porque a gente teve registros de temperatura nesta semana, na região do Pantanal, de até 43°C”, comentou.

Outras duas áreas queimam próximo a Corumbá e no Pantanal do Paiaguás, em Coxim. Os bombeiros usam aeronaves para controlar as chamas, que estão sendo combatidas há uma semana na região. 

O fogo se alastrou nessas áreas após queimar 637 hectares em Bonito, principal destino turístico do Estado. No município, as queimadas duraram cinco dias e já foram extintas.


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