04/11/2023 às 12h48min - Atualizada em 04/11/2023 às 12h48min

ENEM: o que comer no dia da prova?

Nutricionistas fazem recomendações e contraindicam alimentos que podem gerar picos de energia, mas resultam em fadiga e em falta de concentração

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Em MS, 47.457 estudantes estão inscritos para as provas deste e do próximo domingo

Milhares de estudantes em todo o País se preparam para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que pode definir seus destinos acadêmicos, profissionais e sociais. Além de manter os estudos em dia, um aspecto muitas vezes negligenciado, mas que é fundamental para o desempenho dos candidatos, é a alimentação.
“Na véspera, tem que fazer uma alimentação diferenciada, com carboidrato, proteína, gorduras boas, leguminosas, como arroz e feijão, uma boa fonte de proteína, como frango grelhado ou bife. E evitar comer alimentos muito gordurosos, muito pesados, evitar comer fora, em lugares que podem ter contaminação. Porque se a pessoa comer lanche, pizza, e passar mal, vai acabar prejudicada no outro dia ou até mesmo não vai conseguir fazer a prova”, aconselha a nutricionista Bruna Reginatto, de Campo Grande.
Mestre em Ciências da Saúde, Bruna recomenda três porções de fruta e tomar bastante água. “Tanto na véspera como no dia da prova, quando devem se alimentar com uma comida que nutre, mas que ao mesmo tempo não seja pesada ou extremamente gordurosa. Evitar as frituras e o excesso de açúcar”, afirma Bruna.
A professora de Nutrição do Centro Universitário de Brasília (Ceub) Paloma Popov destaca que a alimentação balanceada pode influenciar positivamente o desempenho na prova, agendada para este (5) e para o próximo (12) domingo.
De acordo com Paloma, a escolha dos alimentos para o dia da prova não envolve segredos, mas sim a consciência de ter uma alimentação saudável e equilibrada. Isso significa consumir alimentos de todos os grupos alimentares, incluindo carboidratos, proteínas, lipídios, vitaminas e minerais.
Os grupos de alimentos como carnes, cereais, frutas, hortaliças e leguminosas formam a base para uma alimentação equilibrada, contribuindo para a saúde física e mental.
“O preparo do corpo e da mente deve ser constante, não apenas na véspera de provas importantes. A escolha de alimentos ultraprocessados, ricos em açúcar e sódio, deve ser evitada, pois pode resultar em desidratação, inchaço e desconcentração”, alerta Paloma.
A nutricionista explica que o estudante deve manter uma alimentação frequente com horários regulares, hábito fundamental para manter a concentração. Sobre o jejum, ela adverte que passar um período prolongado sem se alimentar pode levar o candidato à sonolência e até mesmo à hipoglicemia, o que é prejudicial durante a prova. 
“Durante longos períodos de estudo, é importante que os estudantes observem sinais de fome e, se necessário, façam pequenas refeições leves para manter os níveis de energia”, destaca.

CAFÉ: VILÃO OU MOCINHO?


Estimulante natural, o café é muito consumido para dar energia em atividades que envolvam foco e concentração. No entanto, a professora do Distrito Federal recomenda que os candidatos tenham cautela, pois a cafeína em excesso pode levar à ansiedade. 
Ela aconselha evitar a ingestão de café nos dias que antecedem o Enem. Paloma frisa que, para se sair bem na prova, a hidratação é fundamental, sendo a água a melhor opção para manter o corpo bem suprido de líquidos.
“O café é um bom aliado para se consumir pela manhã. Só não é interessante tomar o café logo após o almoço, para ir fazer a prova (que será à tarde), porque o café impede a digestão. Ele paralisa as células parietais do estômago que produzem o ácido clorídrico, que é essencial para a digestão”, pontua Bruna Reginatto. 
“Muita gente tem o costume de ‘comeu, deu aquela sensação pós-prandial’, que é o sono, e vai tomar um café para acordar. Mas isso prejudica a digestão, podendo fazer com que o aluno tenha mal-estar, fique com o abdome distendido e tenha sua digestão prejudicada após o almoço”, afirma.
Bruna frisa que algumas pessoas têm uma hiperestimulação do sistema nervoso por conta da cafeína. “Então é interessante ficar atento. Quem toma café e já se sente mal, tem uma sudorese aumentada ou arritmia cardíaca, não é legal estar tomando café”, diz. 
Já o chocolate durante a prova é “legal” segundo a nutricionista de Campo Grande. “Pode ser uma barra de cereal ou um chocolate, porque vai liberar um açúcar que é extremamente usado durante a prova pelo nosso cérebro, a glicose”, sugere.

FITOTERAPIA E CARBOIDRATOS


Para lidar com a ansiedade e garantir uma noite de sono tranquila antes do Enem, Paloma afirma que a fitoterapia pode ser uma aliada. Ela destaca o consumo de chás como camomila e capim-cidreira, conhecidos por suas propriedades calmantes. “Óleos essenciais e outras opções da fitoterapia podem ser úteis para promover o relaxamento e a concentração”, frisa.
No dia da prova, a nutricionista recomenda tomar um café da manhã reforçado para fornecer energia ao cérebro, mas consumindo com moderação alimentos gordurosos, pois eles podem causar plenitude e fadiga. 
“Neste caso, o consumo de carboidratos é essencial, incluindo opções como pães integrais e frutas. Uma fonte de proteína magra, como queijo branco, é uma escolha inteligente”, elege a especialista.

FOME NA HORA H


Se der fome durante a prova, os estudantes podem se beneficiar de lanches, desde que sejam leves e balanceados, adverte Paloma Popov. Segundo ela, deve-se evitar alimentos muito açucarados, como chocolates e balas, que podem resultar em picos de energia seguidos de sonolência. 
“O consumo de muito açúcar durante a prova pode trazer uma falsa impressão de agitação, mas depois isso passa rápido e aí pode até trazer uma fome que atrapalhe a concentração”, adverte Paloma. Para a sua colega de Campo Grande, um chocolatinho não vai tão mal, de preferência o de tipo 60% na proporção do cacau. 
“Durante a prova, pode ser um chocolate, e uma fruta também é sempre bem-vinda. Aquelas frutas simples e fáceis de levar. Uma maçã, uma banana, uma pera. Porque elas liberam o açúcar da fruta, que vai para o cérebro, têm fibras, têm nutrientes. Tem aquelas barrinhas também que não são de cereal, de castanhas, de oleaginosas. São sempre bem-vindas”, complementa Bruna Reginatto.


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