02/11/2020 às 11h09min - Atualizada em 02/11/2020 às 11h09min

No Pantanal, chuva renova a vida, mas fogo persiste em algumas regiões

Com as precipitações que caíram em outubro, vegetação e animais voltaram para a região

Garça resiste em meio a vegetação parcialmente atingida pelo fogo - Silvio de Andrade Anterior

Os incêndios florestais, que castigaram a região de fevereiro a meados de outubro, deixaram rastros de destruição no Pantanal de Corumbá. Navegando pelo Rio Paraguai, no sentido Norte, percebe-se o impacto na mata ciliar, onde se originou grande parte dos focos de calor. Mas é perceptível, também, a vegetação rasteira brotando entre árvores queimadas e cinzas. É o milagre da renovação da flora com a chegada das chuvas.

Tudo se renova, na realidade. A fauna também resistiu a uma catástrofe nunca registrada no Pantanal, em uma associação de seca extrema e fogo muitas vezes incontrolável. Muitos animais morreram carbonizados, sem chance de fuga, cuja perda está sendo catalogada por pesquisadores de várias instituições, entre universidades, Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) e organizações não-governamentais.

Chuva e fogo

A chuva veio abundante, porém, ainda há focos de calor na Serra do Amolar – distante 180 km de Corumbá, pelo rio –, uma das regiões mais impactadas pelo fogo devastador de agosto a outubro. Os incêndios retornaram no Parque Nacional do Pantanal, na divisa do Estado com Mato Grosso, e voltam a ameaçar a morraria, a reserva Acurizal, o destacamento do Exército e a Ilha Ínsua dos índios guató, já na fronteira com a Bolívia.

Helicóptero do Ibama deslocou brigadistas para o parque ontem, e voluntários da reserva e militares do Exército reforçam o combate aos focos que ressurgiram em áreas onde a estiagem ainda persiste. Há registros de chuvas em grande parte do bioma, mas, no Pantanal do Paiaguás, entre Corumbá e Coxim, as precipitações ainda não atingiram a média para o período – as chamadas “chuvas de manga” –, conforme relatos dos moradores.

Revoada e pesca

Ao longo do curso do Rio Paraguai, cujas águas ainda estão no limite para navegação, dos camalotes ou aguapés (ervas aquáticas) florescem pétalas de bordo liso, contrastando com as margens queimadas. Bandos de capivaras e ariranhas se alimentam onde ainda há cheiro de cinzas, revelando que há vida pulsante nos arredores. Apesar dos incêndios e da prolongada estiagem, a pesca esportiva não foi afetada. Na última semana da prática do esporte, antes da chegada da piracema, é grande a movimentação de barcos-hotéis na região do Amolar.


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