Em vídeo, o líder indígena Ageu Ribeiro da aldeia Água Azul, localizada em Dois Irmãos do Buriti, cobra das autoridades alguma ação para proteção das comunidades do município. Nos últimos dias, quatro anciões da aldeia morreram vítimas da Covid-19.
Segundo ele, órgãos competentes recebem repasse, mas não estão investindo nas comunidades e o sofrimento está instalado, não só em Dois Irmãos do Buriti, mas em todas as comunidades indígenas de Mato Grosso do Sul.
“Não é possível ver tamanha barbaridade, essa tragédia em todas as comunidades do Estado e não ter nenhuma ação eficiente para ajudar”, destaca Ageu. No último domingo ele perdeu o pai, o senhor Benedito Reginaldo, sendo que dias antes se despediu de mais três idosos respeitados dentro da comunidade.
No vídeo, Ageu ainda diz que os povos indígenas estão sendo dizimados. “É um genocídio dentro das comunidades! Não dá para ficar de braços cruzados. Eu peço, deem valor ao povo indígena. Vidas indígenas também importam, pois somos serem humanos como qualquer pessoa da sociedade”, clama.
Em Dois Irmãos do Buriti há oito aldeias. Quando as primeiras notícias da chegada do coronavírus no Estado começaram a circular, as comunidades organizaram barreiras sanitárias próprias, com apoio da administração municipal.