25/04/2023 às 10h04min - Atualizada em 25/04/2023 às 16h01min

Dia da Trabalhadora Doméstica (27/4): conheça Laudelina, web app que conecta a categoria com os seus direitos

Ferramenta foi desenvolvida para auxiliar 5,7 milhões de pessoas que se dedicam ao trabalho doméstico remunerado, 92% delas são mulheres

SALA DA NOTÍCIA Assessoria de imprensa Themis
Themis Divulgação

Rio de Janeiro, abril de 2023 - A assinatura da carteira de trabalho e o cumprimento da legislação são alguns dos desafios das trabalhadoras domésticas neste 27 de abril, data em que se comemora o Dia Nacional da Trabalhadora Doméstica. Para celebrar, a categoria passa a contar com uma importante ferramenta para a conscientização sobre os seus direitos: a nova versão do aplicativo Laudelina, que pode ser acessado diretamente no computador ou navegador do celular, apresentando de forma didática informações sobre legislação, salário, contrato, férias e outros benefícios garantidos pela PEC das Domésticas, que completou 10 anos no início deste mês.

Além de informar as trabalhadoras sobre seus direitos, o web app permite denunciar o trabalho análogo à escravidão, fazer parte de uma rede de contatos e acessar vídeos e notícias. A nova versão facilita o uso da ferramenta pelo navegador, sem ocupar espaço na memória do telefone. Também é possível baixar o aplicativo na PlayStore e na Apple Store. A nova versão do app Laudelina conta com a tecnologia PWA, o que permite que as usuárias o acessem desde o navegador do celular, com agilidade e praticidade e sem a necessidade de fazer downloads ou ter uma conexão de alta velocidade. As melhorias democratizam o acesso de novas trabalhadoras ao aplicativo, cuja primeira versão venceu em 2020, o Equals in Tech, uma das principais premiações do mundo para projetos de tecnologia que reduzem a desigualdade entre homens e mulheres.

O nome do aplicativo é uma homenagem a Laudelina de Campos Melo, pioneira na luta pelos direitos das trabalhadoras domésticas. No Brasil, são 5,7 milhões de pessoas dedicadas à atividade, entre faxineiras, cozinheiras, diaristas, cuidadoras e babás. As mulheres representam 92% da categoria. Entre elas, 65% são negras. A maioria recebe menos que um salário mínimo e não tem carteira assinada, de acordo com o Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas (Dieese).

Laudelina como ferramenta
de informação e emancipação

Filha de sindicalista, Cleide Pinto, 54 anos, começou aos 13 anos no trabalho doméstico.  Como não gostava de estudar, a mãe entendeu que o trabalho em uma casa de família era a senha para se manter longe e protegida dos perigos da rua. Ao longo dos anos, experimentou outras funções, como técnica em contabilidade e agente comunitária, mas era no trabalho doméstico que encontrava maior remuneração e satisfação. Hoje, segue os passos da mãe e atua junto ao sindicato da categoria em Nova Iguaçu e na Fenatrad. É nestes espaços que, sempre que recebe uma trabalhadora, apresenta o web app Laudelina.


“Muitas mulheres têm dificuldade de lidar com a tecnologia, mas minha missão é empoderá-las. Por isso, ensino a acessar, mostro todas as funcionalidades e explico que as informações são todas seguras. Quero que nosso trabalho seja valorizado, que outras mulheres aprendam a negociar com o patrão e saibam seus direitos. No momento em que a gente se valoriza, os patrões também vão nos valorizar”, pontua Cleide, moradora de Mesquita (RJ), na região metropolitana do Rio de Janeiro.

Lucia Helena Conceição de Souza, 64 anos, tinha desejo de estudar, mas precisou começar a trabalhar aos 14 anos. Hoje, afirma, não há mais dor quando fala sobre o passado, na zona rural do Rio de Janeiro, mas o começo foi “doloroso”. Não foram poucos os Natais em que o relógio sinalizava meia-noite, e a jovem trabalhadora seguia servindo os patrões. Aos 31 anos, sem nunca ter a carteira assinada, foi convidada por uma vizinha para participar de uma confraternização da associação de lavadeiras e trabalhadoras domésticas de Piraí (RJ). Ali, entre uma conversa e outra, descobriu que uma trabalhadora doméstica tinha direitos, entre eles, a carteira assinada.

Dali em diante, o envolvimento com essas mulheres foi crescendo, assim como o desejo de ter seus direitos reconhecidos. Foi uma das fundadoras do S
indicato dos Trabalhadores Domésticos de Volta Redonda e Região Sul Fluminense.  E mais: voltou a estudar, concluiu os ensinos Fundamental e Médio e, agora, prepara as malas para a mudança a Brasília, onde atuará junto à Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae).
 

“Trabalho análogo à escravidão é muito comum na nossa categoria, infelizmente. No web app Laudelina, tem um  espaço específico para fazer este tipo de denúncia. Dá para denunciar de forma muito segura. Não podemos mais ter nossas vidas roubadas. É preciso denunciar”, afirma Lucia Helena, que almeja, assim como Laudelina, trabalhar incansavelmente pela valorização do trabalho doméstico no país. 

A nova versão do Laudelina é uma realização da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad) e da Themis, com apoio do Ministério Público do Trabalho e em parceria com a Care International e a Cummins, por meio do projeto Movimentos e Tecnologia, para ampliar a divulgação dos direitos da categoria.

 

Como acessar o web app Laudelina
No celular
1) Abra o navegador de internet (Chrome ou Safari)

2) Digite laudelina.com.br no cursor do navegador
3) Preencha seu nome, e-mail e crie uma senha
4) Pronto! Agora é só navegar pelas funcionalidades do app


No computador
1) Abra o navegador de internet (Chrome ou Safari)

2) Digite laudelina.com.br no cursor do navegador
3) Preencha seu nome, e-mail e crie uma senha
4) Pronto! Agora é só navegar pelas funcionalidades do app

 

Para baixar o aplicativo no celular

1) Abra a PlayStore (em celulares Android) ou a AppleStore (em iPhones)

2) Digite laudelina.com.br e clique para fazer o download
3) Preencha seu nome, e-mail e crie uma senha
4) Pronto! Agora o app está guardado no seu celular. É só navegar pelas funcionalidades a qualquer momento


 
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