25/05/2023 às 12h47min - Atualizada em 26/05/2023 às 00h00min

Lideranças religiosas e organismos da Igreja do Brasil manifestam preocupação com as iniciativas econômicas ligadas ao  meio ambiente e à Amazônia

Em audiência pública, bispos e lideranças católicas entregam carta em que pedem compromisso com agendas de promoção da justiça climática e socioambiental

SALA DA NOTÍCIA REPAM

 

 

 

A Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), Movimento Laudato Si’ Ação Social Franciscana (SEFRAS) Associação Defesa Direitos Humanos e Meio Ambiente na Amazônia (ADHMA) Associação Nacional de Escolas Católicas (ANEC) Casa Galileia Centro Popular de Formação da Juventude – Vida e Juventude Comissão Brasileira Justiça e Paz (CBJP) Comissão Pastoral da Terra (CPT) Confederação Nacional de Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG) Conferência da Família Franciscana do Brasil (CFFB) Conselho Indigenista Missionário (CIMI) Fórum Direitos Humanos e da Terra (FDHT) Juventude Franciscana (JUFRA) Movimento de Educação de Base (MEB) Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH Brasil),  divulgaram, na quarta-feira (24/5), uma carta na Câmara dos Deputados, em Brasília, pedindo urgência de construir alternativas para a proteção do meio ambiente, especialmente da Amazônia e dos povos e comunidades tradicionais.

 

Na carta, as organizações afirmam que: a Câmara dos Deputados assuma um compromisso urgente com agendas de promoção da justiça climática e socioambiental, levando sempre em conta a proteção integral de todos os biomas brasileiros, os direitos humanos, a proteção irrestrita dos direitos dos povos indígenas e das comunidades tradicionais e a participação social nos debates sobre meio ambiente e mudanças climáticas.

 

As organizações católicas, fazemos coro à provocação do Papa Francisco de que não podemos mais continuar tratando as questões climáticas e socioambientais com superficialidade, sem avançar para soluções que transformem as verdadeiras causas da grave crise que vivemos. O tempo está se esgotando, como mostram todos os anos os relatórios e outros estudos sobre mudanças climáticas. “É preciso agir com urgência, coragem e responsabilidade! Agir também para preparar um futuro no qual a humanidade seja capaz de cuidar de si própria e da natureza.”   

 

A audiência, convocada pelo deputado federal João Daniel (PT-SE), teve como objetivo debater alternativas para a proteção do meio ambiente, especialmente da Amazônia e dos povos e comunidades tradicionais.  

 

Um dos protagonistas do filme “A Carta”, inspirado na encíclica Laudato Si’, o cacique Dadá Borari, do povo indígena Maró, no Estado do Pará, afirmou que as comunidades esperam que a sociedade possa ouvi-los. “A nossa casa é a floresta! Estamos pedindo, encarecidamente, com muito respeito, que passem a olhar com carinho para um direito que está na Constituição Federal. Está na hora de pensarmos com carinho”, pediu.  

“Espero que, a partir de agora, tenhamos um sentimento de coletividade, pois a responsabilidade de preservação ambiental, cultural e espiritual é de todos. Todos nós somos vitoriosos, mesmo sendo ameaçados e perseguidos, mas ainda estamos aqui falando, muitas vezes, para uma minoria ouvir, mas que essa minoria, eu acredito, que futuramente possa ser a maioria”, declarou o cacique.  

Dom José Ionilton de Oliveira, bispo da Prelazia de Itacoatiara (AM) e secretário da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM-Brasil), destacou que há décadas a Amazônia é palco de conflitos agrários e que os grandes empreendimentos, o agronegócio, a grilagem e o garimpo são responsáveis por diversos impactos ambientais na Amazônia. 

“O processo de ocupação da Amazônia causou impactos terríveis. Um dos problemas fundamentais da Amazônia é o modelo de desenvolvimento adotado. O avanço desse modelo tem sido um desastre denunciado no mundo inteiro por instituições comprometidas com o meio ambiente e com a vida na Terra, como foi a Encíclica Laudato Si’, portanto esse “progresso” trazido para Amazônia tem transformado drasticamente a região, em um processo tremendo de destruição e reconfigurações territoriais nem sempre condizente com o papel que a região ocupa no planeta”, garante o secretário da REPAM-Brasil.  

O bispo de Itacoatiara também comentou sobre a tese do marco temporal e o PL 490/07, que transforma o marco temporal em lei, e pediu que o projeto seja derrubado.  

Clique aqui e leia a íntegra 


 
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