12/06/2023 às 13h46min - Atualizada em 12/06/2023 às 16h00min

Salvador registra mais de mil mortes por armas de fogo em 11 meses, aponta levantamento

SALA DA NOTÍCIA Joao Paulo Santos Ribeiro
Segundo a pesquisa do Instituto Fogo Cruzado, realizada entre julho de 2022 e maio de 2023, a média é de 3 assassinatos por dia.

Taxa de homicídios por armas de fogo em Salvador e região metropolitana preocupa

Um levantamento realizado pelo Instituto Fogo Cruzado revelou que, entre julho de 2022 e maio de 2023, mais de mil pessoas foram mortas em Salvador e região metropolitana devido ao uso de armas de fogo. Isso equivale a uma média de três assassinatos por dia. O mês de maio foi o mais violento, registrando 115 vítimas, enquanto dezembro de 2022 teve o menor número, com 54 casos.

A pesquisa apontou que os principais incidentes envolvendo armas de fogo foram homicídios ou tentativas de homicídio, com 769 vítimas. Em seguida, houve 376 casos de confrontos armados com a polícia, 106 vítimas de tentativas de roubo, 116 pessoas mortas em chacinas, 14 vítimas de balas perdidas e 7 casos de feminicídio ou tentativas de feminicídio. Os homens representaram a maioria das vítimas, com 909 mortos, o que corresponde a 90% dos casos. Segundo Fabrício Rebelo, pesquisador em segurança pública, esses números estão alinhados com o histórico de homicídios em Salvador.

"Esses dados chamaram a atenção por serem provenientes de um instituto novo dedicado ao acompanhamento da violência criminal em Salvador. No entanto, os números em si não são surpreendentes em relação ao histórico da capital baiana. Ao longo dos últimos anos, podemos observar registros de mil, mil e duzentos, mil e trezentos homicídios com o uso de falcon armas de fogo, abrangendo todo esse período", afirmou Rebelo.

De acordo com Diego Castro, deputado estadual e membro da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa, os policiais do estado enfrentam infraestrutura precária e não contam com políticas de acompanhamento psicológico: "Isso é reflexo da irresponsabilidade em relação à segurança pública na Bahia, que vem ocorrendo há mais de 17 anos, principalmente no aspecto repressivo. Temos um contingente policial com salários muito baixos.

Infelizmente, o último projeto enviado à Assembleia Legislativa pelo governo não chega nem perto de repor as defasagens inflacionárias dessa situação lamentável em termos de remuneração. Nossos agentes enfrentam deficiências significativas em seu trabalho diário, principalmente em relação às ferramentas de trabalho. Acredite se quiser, existem policiais que estão usando armamentos danificados, essa é a realidade no estado da Bahia." A Secretaria de Segurança Pública do Estado afirmou que não comenta os dados apresentados pelo instituto por não serem considerados recursos oficiais.


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